O procurador-geral da Rep�blica, Rodrigo Janot, disse nesta quarta-feira que sua inten��o em permanecer no cargo de chefe do Minist�rio P�blico n�o tem como objetivo a "satisfa��o do ego". De acordo com o procurador, a motiva��o se d� pelo apoio dado por integrantes do Minist�rio P�blico, que fez com que ele conquistasse 799 votos, liderando a lista tr�plice da categoria, apresentada � presidente da Rep�blica Dilma Rousseff, que posteriormente o indicou ao cargo. "O que me motiva a pretender novo mandato de procurador-geral da Rep�blica? Digo a vossas excel�ncias que esse desejo n�o se basta � satisfa��o do ego nem � sofreguid�o do poder. N�o � isso que me move", disse, em sua apresenta��o � sabatina na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) do Senado.
Janot aproveitou sua fala para dizer que poucas pessoas "t�m a real no��o do impacto pessoal" de ocupar o cargo de chefe do MP em sua vida. Ele citou que sua fam�lia "sofre" com ele as "situa��es penosas". A esposa de Janot acompanha a sua sabatina hoje na CCJ.
O procurador mencionou ainda que o Pa�s vive um "momento dif�cil" e falou sobre a rela��o entre os poderes que comp�em a Rep�blica entre si e junto ao Minist�rio P�blico. "Todos percebemos que o Pa�s vive um momento particularmente educado nas rela��es sociais agravado pelas dificuldades da economia", disse, sem entrar em detalhes, que n�o se pode diminuir "os fatores que amea�am obstruir o di�logo institucional".
Sem fazer men��es diretas � Opera��o Lava Jato, Janot disse que o Pa�s tem hoje um "grave caso de corrup��o" que est� sendo investigado. Ele reconheceu, contudo, que nesse processo de apura��o dos fatos existem percal�os, mas que "todos testemunhamos o amadurecimento das institui��es". Ao lembrar sobre sua atua��o � frente do MP, que completa agora dois anos, Janot disse que assumiu o compromisso de "combate sem tr�gua � corrup��o".
Ao citar as investiga��es que s�o conduzidas hoje pelo Minist�rio P�blico, Janot lembrou ainda de sua primeira sabatina no Senado, antes de assumir o cargo de procurador-geral em 2013. "Eu disse que a r�gua da Justi�a precisa ser ison�mica. � preciso atingir fortes e fracos, ricos e pobres. O pau que d� em Chico, d� em Francisco", disse, acrescentando que a atua��o da Procuradoria precisa transmitir "igualdade, republicanismo e funcionamento regular".
Ainda sobre a atua��o do Minist�rio P�blico, Janot disse que n�o cabe � institui��o mostrar-se como um "ente especial" que se sobrep�e ao Judici�rio, Executivo e Legislativo. "Todos somos respons�veis por nossos atos, acertos e erros. Creio firmemente que � a esse norte que deveremos conduzir", completou. Apesar do momento tenso vivido na rela��o entre os poderes, o procurador-geral disse que as rela��es "n�o se rompem pelo exerc�cio isento das atribui��es".