Bras�lia, 27 - Escalado pela presidente Dilma Rousseff para assumir as negocia��es do "varejo" com a base no Congresso, o assessor especial da petista Giles Azevedo tem sido cobrado por lideran�as da base aliada para "refazer a pastinha do Padilha", uma alus�o �s pastas coloridas criadas pelo ministro da Avia��o Civil, Eliseu Padilha (PMDB). Nelas est�o as divis�es dos cargos de segundo e terceiro escal�es do governo federal.
A press�o dos parlamentares para que sejam feitas altera��es no mapeamento dos espa�os pol�ticos j� deu origem a um novo foco de desentendimentos entre integrantes da base aliada e o Pal�cio do Planalto. As queixas dos congressistas, segundo a reportagem apurou, foram apresentadas a Giles Azevedo nos �ltimos dias em conversas em que ele tem feito "uma radiografia" das principais reivindica��es dos congressistas.
Em encontro realizado na ter�a-feira, 25, com representantes do PMDB e PP, o principal foco de descontentamento colocado na mesa foi a distribui��o dos cargos federais nos Estados, reduto eleitorais dos parlamentares. Essa mesma queixa foi apresentada na quinta-feira passada a Giles em reuni�o realizada com representantes do PTB - partido que deixou a base aliada do governo na C�mara no inicio deste m�s. "Estamos cobrando que seja refeita essa pastinha do Padilha", disse um parlamentar envolvido nas novas rodadas de negocia��o.
De acordo com representantes do PP, na divis�o realizada por Padilha apenas 9 dos 39 deputados foram atendidos nas bases eleitorais. No caso do PTB, de uma bancada de 25, dois teriam sido contemplados. A principal queixa dos petebistas est� no fato de n�o conseguirem emplacar as indica��es em secretarias regionais do Incra, respons�vel pela condu��o da reforma agr�ria e ordenamento fundi�rio nacional.
Nas conversas, os parlamentares lembram que no in�cio do processo de divis�o dos espa�os pol�ticos nos Estados, as lideran�as da base aliada foram orientadas por Michel Temer e pelo ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, a realizarem reuni�es regionais.
O objetivo desses encontros era o de dirimir poss�veis desentendimentos entre integrantes dos pr�prios partidos na hora de apresentar uma lista ao Pal�cio do Planalto com as indica��es para o governo federal. "Isso foi feito, mas n�o teve houve avan�os", criticou um l�der partid�rio.
As movimenta��es do assessor especial da presidente coincidem com o an�ncio feito, no in�cio da semana, pelo vice-presidente da Rep�blica e articulador do governo, Michel Temer, de que deixar� as negocia��es de "varejo" com os congressistas. Bra�o direito de Temer na articula��o pol�tica e respons�vel pelo mapeamento e negocia��o dos cargos, Padilha tamb�m deve deixar o posto at� o pr�ximo m�s de setembro.
O clima entre Dilma e Temer se deteriorou depois de o vice declarar, no in�cio do m�s, que "� preciso algu�m com capacidade de reunificar a todos". A frase foi interpretada no Planalto como uma tentativa de Temer assumir maior protagonismo pol�tico, no momento em que Dilma sofre amea�as de impeachment.
Reforma
Apesar das queixas de lideran�as da base aliada, o ministro Eliseu Padilha tem dado declara��es nos �ltimos dias de que atualmente 90% das negocia��es com os integrantes da base j� foram resolvidas e que o restante dever� ser definido at� o final do m�s de setembro, quando a presidente Dilma dever� iniciar uma reforma administrativa com a redu��o do n�mero de minist�rios e cargos. O porcentual declarado por Padilha, segundo integrantes do pr�prio partido do ministro da Avia��o Civil, n�o condiz com a realidade. "Se tem isso tudo, por que o governo n�o consegue painel (qu�rum) para votar projeto de interesse deles?", afirmou um integrante da c�pula do PMDB.
Linha direta
Embora n�o tenha o hist�rico na articula��o pol�tica, a atua��o de Giles Azevedo tem sido recebida de forma positiva entre os parlamentares. Em raz�o de ele ser homem de confian�a da presidente, o entendimento entre alguns congressistas � de que as queixas, a partir de agora, chegar�o � Dilma de forma direta. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.