Bras�lia, 27 - O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, disse nesta quinta-feira, 27, que o ex-presidente Lula jamais interferiu no banco a respeito de qualquer projeto espec�fico. Em depoimento � CPI do BNDES na C�mara dos Deputados, ele disse que o ex-presidente da Rep�blica n�o teve ou tem qualquer influ�ncia nas decis�es do banco.
Coutinho tamb�m foi confrontado pelos parlamentares sobre uma suposta conversa com o dono da UTC, Ricardo Pessoa, no qual o presidente do BNDES teria dito para o empreiteiro conversar com o tesoureiro do PT sobre doa��es eleitorais para o partido. "N�o tratei de doa��es eleitorais com Ricardo Pessoa. No encontro que tivemos, no qual tamb�m estavam outras pessoas, tratamos apenas sobre projeto do aeroporto de Viracopos (SP)", respondeu. Pessoa firmou acordo de dela��o premiada no �mbito da Opera��o Lava Jato.
Grupo X
Questionado pelos parlamentares sobre os financiamentos dados �s empresas do Grupo X, do empres�rio Eike Batista, Coutinho respondeu que o BNDES n�o teve preju�zos nas opera��es. "A OGX, que foi � fal�ncia, n�o tinha cr�dito com o banco. O BNDES emprestou para projetos de portos, minas, t�rmicas e infraestrutura para outras empresas do grupo. Foram cr�ditos garantidos por fian�as e que foram devidamente renegociados � medida que outros investidores adquiriram as empresas do grupo", disse.
Sobre o financiamento dado � Refinaria de Abreu e Lima em 2009, estimado em R$ 10 bilh�es, Coutinho respondeu que, na �poca, se tratava de uma "situa��o especial", j� que o sistema internacional de cr�dito teria entrado "em colapso" naquele momento. "Na �poca, a refinaria tinha um determinado perfil de �leo leve e pesado, que depois foi modificado. O banco monitorou e acompanhou o projeto, inclusive atendendo recomenda��es do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). Finalizado esse cr�dito, n�o houve novos aportes", completou.
Ainda respondendo aos deputados na CPI, o presidente o BNDES disse que n�o h� empr�stimos a "fundo perdido" para Cuba. "Financiamos os servi�os de engenharia para a constru��o do Porto de Mariel, que ter� ainda mais import�ncia econ�mica ap�s a retomada das rela��es do Pa�s com os Estados Unidos", argumentou.
Luciano Coutinho disse ainda que o perd�o dado pelo Brasil a d�vidas de pa�ses africanos n�o afetou opera��es de cr�dito realizadas pelo banco de fomento a projetos no continente e afirmou que "todas as opera��es com a �frica est�o adimplentes".