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Estado de Minas

CPMF � novo foco de tens�o entre Dilma e Temer

Recria��o do imposto p�e em campos opostos a presidente Dilma e seu vice, Michel Temer. Aliados do Planalto no Congresso dizem que o novo imposto, batizado de CIS, n�o vingar�


postado em 29/08/2015 06:00 / atualizado em 29/08/2015 07:24

Por telefone, presidente pediu apoio a Temer para a volta do imposto e obteve uma negativa: não faria nada para levar a ideia adiante(foto: AFP PHOTO / EVARISTO SA )
Por telefone, presidente pediu apoio a Temer para a volta do imposto e obteve uma negativa: n�o faria nada para levar a ideia adiante (foto: AFP PHOTO / EVARISTO SA )

Bras�lia – A possibilidade de recria��o da Contribui��o Provis�ria sobre Movimenta��o Financeira (CPMF), j� � apontada como causa da mais nova crise no Pal�cio do Planalto e motivo do primeiro embate direto entre a presidente Dilma Rousseff e seu vice, Michel Temer (PMDB). Segundo pessoas pr�ximas aos dois, at� agora, eles mantinham uma rela��o distante, mas cordial. Durante conversa por telefone com a presidente na quinta-feira, Temer foi enf�tico: o Congresso n�o aprovar� um aumento de impostos neste momento.

Segundo apurou a reportagem, o vice-presidente n�o foi desrespeitoso com a presidente – at� porque, n�o � de seu feitio. Mas deixou claro que encampar uma proposta dessa natureza, neste momento, � garantia de derrota certa. Dilma disse ao peemedebista que foi convencida pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, sobre a necessidade de o governo aumentar o fluxo de caixa para honrar os compromissos: “Ele vai ligar para voc� para explicar”. Pouco depois, o titular da economia ligava para o vice-presidente. “N�o temos mais onde cortar”, ponderou. Ouviu a mesma avalia��o: “Do jeito que est�, e no momento vivido pelo pa�s, as chances de derrota s�o grandes”, arrematou Temer.

Dilma e um grupo seleto de ministros deve se reunir amanh� � noite, no Pal�cio da Alvorada, para definir os �ltimos detalhes do Or�amento de 2016, que ser� enviado ao Congresso na segunda-feira, e para avaliar o bombardeio sofrido pela proposta de recria��o da CPMF, batizada de Contribui��o Interfederativa da Sa�de (CIS).

O n�cleo pol�tico do governo tenta dissuadir a presidente de apresentar na segunda-feira a proposta de recria��o do tributo. Diante da rea��o negativa dos empres�rios e pol�ticos � recria��o da CPMF, o governo analisa apresentar uma proposta tempor�ria para o imposto. Segundo a reportagem apurou, o ex-ministro Delfim Netto prop�s a Temer, que o tributo fosse aplicado por apenas um ano para diminuir resist�ncias no Congresso e ‘’salvar’’ o Or�amento de 2016. A proposta de Delfim foi feita a Temer em S�o Paulo, durante encontro na Federa��o das Ind�strias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), na quinta-feira � noite. No Pal�cio do Planalto, assessores de Dilma afirmaram, por�m, que a presidente estuda aplicar o imposto por dois anos.

A sexta-feira foi de cr�ticas � ainda incipiente proposta do Planalto de ressuscitar o imposto da sa�de. O presidente nacional do DEM, senador Jos� Agripino Maia (RN), afirmou que a mera inten��o do governo em imaginar a volta da CPMF � assustadora. “A insensatez do governo em querer recriar a CPMF assusta porque deixa claro que, para fazer caixa, eles perderam a lucidez. Pouco importa o resultado sobre a economia ou o emprego das pessoas”, disse Agripino.

Quem tamb�m n�o gostou da not�cia foi o presidente da Comiss�o do Pacto Federativo no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA). Apesar de militar em um campo distinto do ocupado por Agripino, o petista tamb�m assegurou que, se a ideia for para frente, ele ser� um dos que trabalhar�o contra a iniciativa no Congresso. “Sou radicalmente contra. O imposto vai explodir a infla��o e aumentar ainda mais a retra��o econ�mica”, criticou ele, ao avaliar que a proposta, da forma que foi articulada, n�o tem a “menor chance de lograr �xito”.

O petista, que assegurou ter boa interlocu��o com os ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa, do Planejamento, em busca de ideias para melhorar o ambiente econ�mico, afirmou ter se surpreendido com a proposta. O senador do PT chegou a ponderar se h� “falta de rumo” no governo, uma vez que ele pr�prio estudava, com a equipe econ�mica, propostas de reformas do ICMS para refor�ar o caixa da Uni�o, dos estados e dos munic�pios. “Em nenhum momento se falou na Contribui��o Interfederativa da Sa�de”, comentou.

‘Marca Levy’ O pr�prio Temer ficou sabendo da novidade ao longo da tarde de quinta-feira. “Essa ideia � bizarra por si s�. Ainda mais do jeito que foi gestada, sem consultar ningu�m, sem ouvir a opini�o de quem, no fim das contas, ter� de votar a medida no Congresso”, queixou-se um aliado fiel do Pal�cio do Planalto. Em um tom menos sarc�stico do que o de outros l�deres, esse senador, que prefere se manter no anonimato, disse que a trapalhada � mais uma “marca Levy” no governo. “Ele n�o tem nenhuma sensibilidade social. Ele � homem do Tesouro, n�o pode ser respons�vel por elaborar pol�ticas econ�micas”, criticou. (Com ag�ncias)


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