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Estado de Minas

Ex-ministra e Rondeau s�o citados na Zelotes


postado em 08/09/2015 10:31 / atualizado em 08/09/2015 10:41

Apontado na Opera��o Zelotes como respons�vel por sacar dinheiro do esquema de corrup��o no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), o motorista Hugo Rodrigues Borges afirmou que a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra mantinha v�nculo com um dos escrit�rios suspeitos de pagar propina a conselheiros do �rg�o, esp�cie de "tribunal" que julga casos de grandes contribuintes em d�bito com a Receita Federal.

Por nove anos, Borges foi uma esp�cie de "faz-tudo" do advogado Jos� Ricardo da Silva - ex-integrante do Carf, acusado de ser um dos chefes da organiza��o investigada. O auxiliar sacou quase R$ 4 milh�es em esp�cie de contas associadas aos escrit�rios de consultoria de Silva e de um de seus s�cios, o lobista Alexandre Paes dos Santos, conhecido como "APS", tamb�m alvo da Zelotes.

Em depoimento � CPI do Carf, prestado na �ltima quinta-feira, o motorista contou que Erenice frequentava semanalmente a sede das empresas de Silva, no Lago Sul, em Bras�lia, acompanhada do ex-ministro de Minas e Energia Silas Roudeau, ligado ao senador Edison Lob�o (PMDB-MA), ex-titular da mesma pasta. Questionado, Borges disse que as idas "eram bem frequentes" at� que a "sociedade" se desfez, em 2012.

"Eram ele (Roudeau) e a Erenice que frequentavam o escrit�rio l�. Eram v�rias salas de reuni�es, ent�o fechavam as portas", relatou o depoente, que n�o soube dar detalhes dos assuntos tratados pelos ex-ministros. "Cruzei v�rias vezes com ela na sala do escrit�rio... era um po�o de arrog�ncia."

� CPI, Borges explicou que quando a imprensa come�ou a rondar o escrit�rio e publicar reportagens sobre as atividades de Erenice ap�s deixar a Casa Civil o grupo resolveu se afastar. Jos� Ricardo, segundo o motorista, n�o queria ter sua imagem associada � ex-ministra, envolvida em esc�ndalos. "Eles (Roudeau e Erenice) n�o se importavam muito (com a associa��o). Quem se importava era o Z� Ricardo", explicou.

Erenice era a principal auxiliar da ent�o chefe da Casa Civil Dilma Rousseff no governo Lula e a substituiu em 2010, quando a petista se lan�ou candidata � Presid�ncia de Rep�blica. Deixou o cargo no mesmo ano, ap�s ser acusada de exercer tr�fico de influ�ncia na pasta.

Ap�s sair do governo, Erenice passou a atuar formalmente como advogada. Um contrato apreendido na Opera��o Zelotes indica que a ex-ministra se associou a Jos� Ricardo para defender no Carf os interesses da multinacional de telecomunica��es Huawei, que questionava d�bito de R$ 705 milh�es com a Receita. Conforme o documento, revelado pela revista Veja, ela receberia 1,5% do valor que conseguisse abater no Fisco.

Borges admitiu no depoimento que sacou os R$ 4 milh�es de tr�s contas das empresas de consultoria. Em ao menos tr�s ocasi�es, as retiradas foram de R$ 400 mil. O motorista disse que levava as quantias para a sede das empresas, onde eram distribu�das a v�rias pessoas. � CPI, contudo, alegou n�o saber identific�-las.

Apesar do vaiv�m de altas somas de dinheiro, Borges contou que as consultorias viviam em dificuldades financeiras, n�o raro com as contas de luz, �gua e telefone "penduradas". "O dinheiro sumia r�pido."

'Bocudo'

Procurada, Erenice negou ser s�cia das consultorias: "N�o procede". Ela n�o quis dar mais informa��es a respeito, justificando que n�o fala com a imprensa: "N�o � pessoal. Lembre-se sempre disso, t�? � uma defini��o minha: realmente n�o falo". A ex-ministra acrescentou apenas que o motorista � "uma pessoa que n�o merece cr�dito". "Voc� me desculpe, mas ele mesmo diz que ningu�m o leva a s�rio porque fala demais."

Ao explicar porque nem sempre os patr�es lhe contavam tudo, Borges declarou: "O problema � que falo demais. Se sei de alguma coisa, poderia (sic) contar para um, para outro, e complicaria a situa��o. Todos sabem que eu era 'bocudo'".

As defesas de Jos� Ricardo e de APS negam que eles participem de esquema de corrup��o no Carf. O Estado n�o localizou o ex-ministro Silas Rondeau ou seus representantes.


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