Deputados da bancada da bala criticam decreto que tira poder de militares

Bras�lia, 08 - Deputados que integram a chamada bancada da bala, formada por parlamentares ligados �s pol�cias militar e civil e �s For�as Armadas, usaram uma sess�o solene em homenagem aos 70 anos do encerramento da participa��o da For�a Expedicion�ria Brasileira (FEB) na Segunda Guerra Mundial para criticar a decis�o da presidente Dilma Rousseff de ter assinado um decreto que tira poder dos comandantes militares.

Na tribuna, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), que � capit�o da reserva do Ex�rcito, chamou o decreto de "desfa�atez" e disse que ele complementa o objetivo da Comiss�o Nacional da Verdade, que "sempre foi mudar a hist�ria do Brasil". "A guerra hoje nos parece muito mais dif�cil porque o inimigo est� no meio de n�s", disse. Bolsonaro afirmou ainda que pretende apresentar ainda hoje um projeto de decreto legislativo para sustar o efeito do decreto presidencial.

Bolsonaro ironizou e disse que o "presente" dado pela presidente por causa da semana da Independ�ncia aos militares � inaceit�vel. "N�o posso admitir 'o presente' para as For�as Armadas que foi dado por meio deste decreto, onde nas entrelinhas revoga o regulamento das escolas e centros de forma��o de aperfei�oamento da Marinha, do Ex�rcito e da Aeron�utica", disse.

Na quinta-feira da semana passada, Dilma assinou decreto 8.515, que estava na gaveta da Casa Civil h� mais de tr�s anos, tirando poderes dos comandantes militares e delegando ao ministro da Defesa compet�ncia para assinar atos relativos a pessoal militar, como transfer�ncia para a reserva remunerada de oficiais superiores, intermedi�rios e subalternos, reforma de oficiais da ativa e da reserva, promo��o aos postos de oficiais superiores e at� nomea��o de capel�es militares, entre outros. Hoje, estes atos s�o assinados pelos comandantes militares.

Na tribuna, Bolsonaro aproveitou para fazer cr�ticas � aus�ncia do ministro da Defesa, Jaques Wagner, na solenidade e disse que Dilma n�o deveria repassar mais atribui��es para ele. "A senhora Presidenta da Rep�blica, chefa suprema das For�as Armadas, n�o pode continuar se metendo no que d� dando certo", afirmou.

O deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que � coronel da Pol�cia Militar, tamb�m criticou o decreto e o ministro Jaques Wagner. "Se o decreto ficasse apenas nas medidas administrativas, eu at� concordaria, mas ele revoga as atribui��es e compet�ncia dos comandantes", disse. Segundo ele, � um erro "jogar a compet�ncia para o ministro da Defesa, que entende de militarismo que nem cavalo de tocar pe�o".

Fraga tamb�m disse temer que o decreto mude os curr�culos escolares e passe a agradar "somente quem est� no poder". "N�s sabemos qual � a ideologia desse povo, portanto, fica aqui um alerta. Nosso receio � que venha mudan�a nos curr�culos nas nossas escolas militares, o que evidentemente s� vai agradar a esse povo que est� no poder."

Segundo ele, Dilma poderia "come�ar a retomar as r�deas do Pa�s valorizando os militares", disse. "Eu lembro que antigamente o sonho de todo jovem brasileiro era ser oficial das For�as Armadas. Hoje eu fico imaginando como est� o n�vel salarial da tropa e isso � puro revanchismo", afirmou.

O deputado disse ainda que o governo tem sorte porque a disciplina dos comandantes impede que eles tomem o poder. "� a sorte dessa quadrilha que est� ai", afirmou.