Bras�lia – O Minist�rio P�blico e advogados de alguns r�us da Opera��o Lava-Jato travam uma disputa em torno da rela��o entre pris�es e a decis�o dos investigados de firmarem acordos de dela��o premiada. O debate voltou � tona com a decis�o do lobista Fernando Baiano de fechar um acordo de colabora��o, na �ltima quarta, ap�s quase 10 meses de c�rcere. Levantamento com os 11 principais colaboradores mostra que eles ficaram, em m�dia, tr�s meses presos antes de decidirem revelar o que sabiam sobre o esquema de corrup��o na Petrobras em troca de penas mais brandas.
Os delatores considerados foram o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef, os lobistas Julio Camargo, Augusto Mendon�a, Fernando Baiano, Mario Goes e Milton Pascowitch e os empres�rios Dalton Avancini e Eduardo Leite, da Camargo Corr�a, e Ricardo Pessoa, da UTC. At� o momento, eles foram os r�us cujas revela��es desencadearam mais aberturas de inqu�ritos e den�ncias.
Baiano � o delator que mais tempo ficou preso at� decidir pelo acordo: foram nove meses e 22 dias na cadeia. J� Julio Camargo, Barusco e Augusto Mendon�a se anteciparam e fecharam dela��es antes de serem presos ou denunciados. Os primeiros delatores, Paulo Roberto Costa e Youssef, ficaram, respectivamente, cinco e seis meses na pris�o antes de colaborarem. O doleiro, por�m, n�o ficou livre da pris�o com as confiss�es. O acordo de Youssef, contudo, prev� que o tempo que ele j� passou preso seja abatido da pena final.
Ele foi condenado, at� hoje, em quatro a��es, que somam quase 40 anos de pena – mas seu acordo de colabora��o garante que ele n�o passar� mais que cinco anos em regime fechado. Baiano tamb�m n�o ser� liberado logo ap�s o fim de sua dela��o. A expectativa � de que ele fique, pelo menos, mais dois meses na carceragem da Pol�cia Federal em Curitiba. Os demais delatores passaram ao regime de pris�o domiciliar pouco depois que seus acordos foram homologados pela Justi�a Federal.
Desse grupo, apenas Milton Pascowitch ainda n�o � r�u na Justi�a. Ele foi denunciado na mesma a��o que o ex-ministro Jos� Dirceu, mas o processo ainda n�o foi apreciado pelo juiz Sergio Moro. Dos outros 10 delatores, cinco j� foram condenados (Costa, Youssef, Avancini, Leite e Camargo) em primeira inst�ncia. O ex-diretor da Petrobras j� soma tr�s condena��es (de um total de 11 em que figura como r�u), cujas penas somam 26 anos.
Seu acordo de colabora��o prev� que ele cumprir� as senten�as no semiaberto por at� dois anos e, o restante, em regime aberto. Cinco parentes dele foram beneficiados na negocia��o. Os dois executivos da Camargo Corr�a foram condenados a 15 anos de pris�o, cada um, por tr�s crimes. A colabora��o liberou-os de cumprir pena em regime fechado. Julio Camargo, condenado a 14 anos e r�u em mais duas a��es, ir� direto para o regime aberto.