
Bras�lia – A presidente Dilma Rousseff precisa dar uma sinaliza��o muito forte de que pretende diminuir os gastos da m�quina p�blica no aguardado an�ncio do novo pacote de ajuste desta segunda-feira. Sem isso, ela vai fazer ruir por terra qualquer resqu�cio de credibilidade que tinha no meio dos 7% de aprova��o popular, na avalia��o de empres�rios. Dilma convocou v�rios ministros no s�bado e no domingo para dar formato �s medidas para evitar que o Or�amento de 2016 tenha o d�ficit de R$ 30,5 bilh�es.
O governo precisa fazer um esfor�o fiscal de R$ 65 bilh�es, e, para isso, ser� inevit�vel o aumento de impostos. O Or�amento da Uni�o de 2016 enviado ao Congresso Nacional tem 96% de despesas obrigat�rias e apenas 4% de gastos discricion�rios, que podem ser cortados, o que deixa pouco espa�o de manobra para o Minist�rio da Fazenda conduzir o ajuste fiscal necess�rio para recuperar a credibilidade das contas p�blicas.
“O setor privado e a popula��o esperam que, dessas reuni�es, saiam medidas que ser�o enviadas ao Congresso para justamente fazer um redesenho das despesas de custeio do pa�s, com uma reforma administrativa s�ria. N�o adianta apresentar um pacote meia sola”, afirma Eduardo Eugenio Gouv�a Vieira, presidente da Federa��o das Ind�strias do Rio de Janeiro (Firjan). Ele considera o corte no n�mero de minist�rios, apesar de ter um impacto m�nimo nas contas p�blicas, uma sinaliza��o de que o governo pretende fazer o ajuste fiscal. “Mas somente isso n�o ser� suficiente para mostrar austeridade. A Previd�ncia Social precisa de uma reforma profunda, assim como as despesas carimbadas, que precisam ser revistas”, completa.
O presidente da C�mara Brasileira da Constru��o Civil (CBIC),Jos� Carlos Martins, tamb�m espera que medidas concretas na dire��o de cortes de gastos sejam anunciadas hoje e n�o aumento de imposto. “� imprescind�vel que o governo corte o gasto efetivo e n�o investimentos, como vem fazendo. E, para isso, ele tem que entrar no m�rito das despesas obrigat�rias. Com certeza tem espa�o para cortar a�.”
Qualquer proposta da eleva��o dos impostos tamb�m � recha�ada pelo presidente da Confedera��o Nacional da Ind�stria (CNI), Robson Andrade. Ele considera que o objetivo principal n�o � cobrir o d�ficit de or�amento. “N�o � aumentando imposto que vamos conseguir isso. O que precisamos � fazer mudan�as estruturais para resolver o problema do or�amento de forma definitiva. Temos que corrigir o problema da previd�ncia, temos que corrigir a gest�o da m�quina p�blica. A carga tribut�ria no Brasil � uma das mais altas do mundo de 36% a 37% sem retorno de benef�cios correspondentes”, critica. (Colaborou Celia Perrone)