S�o Paulo, 14 - O Pal�cio do Planalto precisar� de muita articula��o pol�tica para recompor sua base parlamentar a fim de ver a aprova��o do retorno da CPMF pelo Congresso. A avalia��o foi feita ao Broadcast, servi�o de not�cias em tempo real da Ag�ncia Estado, pelo ex-presidente do Banco Central e s�cio da consultoria Tend�ncias, Gustavo Loyola. "O governo anunciou um conjunto de medidas, com corte de despesas de R$ 26 bilh�es e aumento de impostos, o que n�o � alternativa ideal, pois o Pa�s tem uma carga tribut�ria muito elevada. Contudo, a volta da CPMF � compreens�vel na atual conjuntura, devido � situa��o emergencial das contas p�blicas", comentou.
Na avalia��o de Loyola, caso o governo viabilize o ajuste fiscal a ponto de cumprir a meta de super�vit prim�rio de 0,7% do PIB em 2016, isso ser� positivo para a nota soberana do Pa�s no curto prazo. "Neste contexto, o Brasil poder� evitar um rebaixamento da Moody's e at� ver a Standard & Poor's elevar a perspectiva de negativa para neutra", destacou.
"Se ocorrerem sinais de apoio do Congresso �s medidas anunciadas, especialmente a eleva��o de impostos, isso reduzir� a avers�o a risco de investidores em rela��o ao Pa�s", comentou o ex-presidente do BC. "E a menor avers�o a risco vai gerar efeitos positivos sobre ativos financeiros, como uma redu��o da cota��o do d�lar em rela��o ao real."
Na avalia��o do economista F�bio Klein, tamb�m da consultoria Tend�ncias, o corte de R$ 26 bilh�es dever� ser bem recebido pelas ag�ncias de classifica��o de risco, podendo adiar poss�veis novos rebaixamentos, mas, antes disso, � preciso esperar qual ser� a rea��o do Congresso e do funcionalismo p�blico para saber se haver� ou n�o uma piora da crise pol�tica no Brasil.
Entre as medidas que devem mexer com o meio pol�tico, ele destaca a volta da CPMF. "A CPMF � um tributo que conta com pontos positivos e pontos negativos, mas, independentemente disso, ele tem uma grande rejei��o no Congresso", disse o analista. "Al�m disso, h� os cortes envolvendo os servidores, que deve causar uma rea��o negativa do funcionalismo."
Para o economista, alguns pontos positivos apontados para a CPMF s�o o baixo custo para o governo, o baixo n�vel de distor��o alocativa e o fato de incidir sobre opera��es financeiras, o que significa que se trata de imposto que n�o escolhe setor, incidindo "de forma igual sobre todo mundo".
Em tom cr�tico, Klein questionou a demora da equipe econ�mica para anunciar as medidas. "A pergunta que fica �: por que s� anunciaram agora? Foi preciso uma ag�ncia rebaixar o Brasil para o governo fazer algo? Se em uma semana o governo conseguiu aparecer com essas medidas, isso mostra que havia muita gordura para queimar, como a elimina��o do abono de perman�ncia", disse.
Apesar das cr�ticas, o economista reconhece que os valores anunciados s�o expressivos e representam o primeiro sinal de esfor�o do governo para realizar o ajuste fiscal. "Mas � claro que n�s precisamos esperar para ver como isso vai se dar - n�o � porque anunciou essas medidas que elas ser�o executadas. Tem que esperar principalmente a rea��o pol�tica", afirmou.