Reconhecendo a preocupa��o do seu governo com as movimenta��es pr�-impeachment, a presidente Dilma Rousseff avisou em entrevista, no Pal�cio do Planalto, que far� tudo para impedir que processos n�o democr�ticos cres�am e se fortale�am. Dilma, ao ser perguntada sobre as manobras que recrudesceram pedindo seu afastamento do cargo, foi cuidadosa para n�o citar a palavra "impeachment" e nem "golpe". "O Brasil a duras penas conquistou uma democracia. Eu sei do que estou dizendo, eu sei quantas penas duras foram (necess�rias) para conquistar a democracia. N�s n�o vamos em momento algum concordar (com movimentos pr�-impeachment)", desabafou ela.
Segundo a presidente, "o governo est� atento a todas as tentativas de produzir uma esp�cie de instabilidade profunda no pa�s". E emendou: "O pessoal do quanto pior melhor. Esse pessoal, s� eles ganham, a popula��o e o resto dos setores produtivos, de trabalhadores, cientistas, perdem", emendou a presidente, ap�s cerim�nia de entrega do pr�mio Jovem Cientista.
O Planalto est� fazendo um mapeamento para ver quantos votos disp�e da base aliada para barrar a tramita��o do processo do impeachment. A maior preocupa��o do governo � com a rela��o com o PMDB, que chegou a n�veis muito ruins depois dos seguidos estresses com o vice-presidente Michel Temer, que chegou a dizer que Dilma, com 7% de popularidade, n�o chegaria ao final do mandato, apesar de depois ter voltado atr�s e dito exatamente o contr�rio, que ela chega em 2018.
Pouco antes, no discurso, a presidente j� havia dito que o Brasil � muito maior do que os "pessimistas de plant�o" querem fazer crer. E acrescentou: "n�s temos capacidade de superar os desafios".
Dilma tem feito v�rias reuni�es com parlamentares e governadores n�o s� para pedir apoio para a aprova��o das novas medidas que ajudar�o o ajuste fiscal, mas tamb�m para barrar a movimenta��o dos que apoiam o seu afastamento. O governo sabe que a situa��o mais dram�tica � na C�mara, onde tem menos de 200 votos para barrar a iniciativa.
Na reuni�o com os governadores dos partidos aliados, na segunda-feira � noite, a presidente tamb�m apelou a eles para que trabalhem pela derrubada desta mobiliza��o para tir�-la do cargo. Falou tamb�m das medidas que est� adotando tentando mostrar que o governo est� trabalhando para tirar o Pa�s da crise. V�rios governadores se ofereceram, inclusive, para fazerem uma frente ampla contra o impeachment. Mas, em todas as conversas no governo, nos �ltimos dias, este assunto est� presente, da� a mobiliza��o dos interlocutores da presidente para evitar que esse processo se amplie. Os ministros tamb�m foram recomendados a trabalhar em defesa do governo, recebendo parlamentares em seus gabinetes para convenc�-los a derrubar todas as iniciativas pr�-impeachment.