S�o Paulo, 15 - O auditor e consultor de empresas Antoninho Trevisan acredita que "n�o existe a hip�tese" de a CPMF ser aplicada da forma como o governo prop�s no an�ncio de ontem. "Da primeira vez, a CPMF foi institu�da em 0,18% e para durar dois anos, e acabou com 0,38% e durou oito anos. Dessa vez, disseram que ser� de 0,2% e por quatro anos, mas n�o ser�. A CPMF vai pesar muito, vai durar uma eternidade", previu.
A declara��o foi feita em palestra no semin�rio "Sa�das para a crise", realizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil em S�o Paulo (OAB-SP), quando tamb�m fez cr�ticas ao pacote de medidas de austeridade. "Os cortes do governo n�o t�m um foco, voc� n�o consegue extrair uma linha, se � progressista, conservadora ou sei l� o qu�. Tem um pouco de tudo", disse. "Al�m disso, as medidas s�o contradit�rias", afirmou, sem detalhar as contradi��es.
Para superar a crise fiscal, Trevisan sugeriu uma f�rmula que ele chamou pela sigla CCC, que significam caixa, custo e controle. "Primeiro, � preciso sentar em cima do caixa e administrar cada centavo. Quanto ao custo, ele � como unha, cresce sempre, sobretudo no setor p�blico, o que significa que n�s temos gordura para queimar. E o controle precisa ser feito para que os processos n�o sejam amontoados um em cima do outro", afirmou.
De acordo com Trevisan, � urgente que o Brasil passe por uma reforma em seu regime cont�bil. "As contas p�blicas no Pa�s n�o dizem a verdade. S�o um exerc�cio de engana��o dos brasileiros. Os or�amentos s�o feitos 'nas coxas'. � preciso que o or�amento seja feito de uma forma que qualquer cidad�o consiga ler", sugeriu.
Na sua avalia��o, o primeiro passo � abandonar o regime de caixa e adotar o regime de compet�ncia. "No regime de caixa, voc� s� registra a despesa quando o pagamento � realizado. No regime de compet�ncia, voc� registra a despesa na hora em que ela � feita, e n�o somente quando o pagamento � efetuado. Nele, o cidad�o sabe exatamente a 'quantas andas' a situa��o", disse.