Belo Horizonte, 15 - O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), disse que os ajustes anunciados pelo governo federal nos �ltimos dias s�o "uma luz no final do t�nel." "N�o vamos resolver problemas do or�amento federal s� com cortes de recursos. Vai cortar minist�rios? Sim, uns 10, 12. Mas me perguntaram esses dias: vai cortar os gastadores (sa�de e educa��o)? N�o, n�o tem jeito. Por isso que veio a CPMF: para poupar cortes em educa��o, por exemplo. Vamos ser realistas", declarou.
Pimentel afirmou que o Brasil est�, no momento, debatendo com problemas de curto prazo. "O Brasil n�o vai morrer. Precisamos nos libertar da pol�tica de curto prazo e caminhar para o futuro. Mas a� n�o depende s� das solu��es que a pol�tica tem a oferecer. Os empres�rios, por exemplo, t�m a inova��o para usar a favor", disse, ao participar de painel no 16� Congresso Brasileiro de Minera��o e da Exposi��o Internacional de Minera��o (Exposibram), nesta ter�a-feira, 15, ao lado do presidente da Vale, Murilo Ferreira, e do presidente da Federa��o das Ind�strias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Jr.
Ele avaliou que o Brasil vai sair da discuss�o do curto prazo e recuperar a capacidade do di�logo. "E as centrais sindicais que me desculpem, mas � hora de mudar". Pimentel destacou que o Pa�s precisa de agilidade nas reformas estruturais para ter menos burocracia. "A agilidade n�o deve vir na condena��o de um investigado antes de se provar as acusa��es e ele vire realmente r�u. Isso n�o � bom para o Pa�s. � preciso ter cautela dos ju�zos que estamos fazendo", ressaltou, sem citar diretamente as opera��es Lava Jato e Acr�nimo.
Para o governador, j� que haver� uma interrup��o da velocidade das a��es para melhoria e redu��o da desigualdade social, h� de se aproveitar a oportunidade para "corrigir erros que s�o imputados nas contas de gastos sociais." "As corpora��es do poder p�blico t�m privil�gios absurdos - e � s� ver no Portal da Transpar�ncia se os gastos s�o compat�veis com os da popula��o brasileira. O rombo da previd�ncia p�blica � superior ao rombo do INSS. Vamos ter que tomar medidas muito rigorosas contra essas quest�es", declarou.
Sobre o setor de minera��o, Pimentel comentou que ningu�m previu o fim do ciclo favor�vel das commodities, mas que cada agente do setor privado e p�blico tem a sua responsabilidade para reverter o cen�rio atual. "Cada empresa e governo estava fazendo tudo certinho, quando foi acometido pelo colapso do pre�o do min�rio. O Brasil n�o est� t�o ruim assim. O mundo mudou completamente nos �ltimos tr�s anos", declarou.
Para ele, o pre�o global da tonelada do min�rio de ferro n�o volta aos patamares de US$ 150 nem o valor internacional do petr�leo retoma os recordes anteriores. Al�m disso, concorda que o efeito China pode ser prejudicial ao setor, mas ao mesmo tempo acredita que, se a China n�o "carregar o mundo nas costas", o mundo se torna mais competitivo.
J� sobre Minas Gerais, o petista garantiu que, por mais que o Estado esteja com dificuldades financeiras, n�o chegar� � situa��o do Rio Grande do Sul. "Isso n�o vamos permitir nunca de deixar de pagar sal�rios e chegar ao ponto do Rio Grande do Sul. Mas excesso de sal�rios vamos cortar", disse.
O governador ainda informou que at� a semana que vem enviar� um Projeto de Lei para aprecia��o na Assembleia Legislativa de mudan�as nos procedimentos de licenciamento ambiental, que, na sua concep��o, atrapalha o andamento de investimento do setor industrial, principalmente o de minera��o. "Quando chegamos ao governo t�nhamos 4.600 licenciamentos parados. N�s estamos trabalhando desde ent�o para melhorar esses procedimentos. Nessa PL vamos colocar prazo para elas sa�rem e vamos descentralizar: tentar passar para os munic�pios tudo o que poder� ser passado", explicou.