
Antes que os ministros da Fazenda, Joaquim Levy, e do Planejamento, Nelson Barbosa, anunciassem em Bras�lia os cortes no or�amento, na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff conversou por telefone com o vice-presidente Michel Temer, que est� em viagem oficial � R�ssia. Segundo ministros do PMDB que acompanharam o di�logo telef�nico, o vice, que havia se mostrado avesso ao retorno da CPMF na semana passada, teria "compreendido" os argumentos da presidente.
Com isso, de acordo com o ministro do Turismo, Henrique Eduardo Alves, a diverg�ncia sobre o assunto foi considerada superada. O telefonema ocorreu pouco antes das 16h, hor�rio de Bras�lia, 22 horas em Moscou. Dilma informou Temer sobre a amplitude dos cortes e do aumento de impostos, medidas destinadas a preencher o rombo e chegar ao super�vit de 0,7% do PIB em 2016.
Na visita oficial � R�ssia temer est� acompanhado de seis ministros - todos do PMDB. Na ter�a-feira, 15, ele se recusou a falar sobre CPMF e os cortes. Questionado pela reportagem se apoiaria a volta da contribui��o, o vice-presidente ignorou a pergunta, deixando o local da entrevista.
Segundo Alves, por�m, Temer teria aceitado os motivos alegados por Dilma para insistir na proposta. "Ele concordou com a argumenta��o que ela (Dilma) fez, com as motiva��es que ela apresentou. Ao chegar ao Brasil ele vai trabalhar para ajudar nessa rela��o com o Poder Legislativo", disse Alves.
Outro ministro a confirmar o teor do di�logo foi Edinho Ara�jo, titular da Secretaria dos Portos. "A Dilma mesma ligou pouco antes das 16h. Ligou e explicou", disse ele. Segundo Ara�jo, Temer havia discordado da recria��o da CPMF por ter sido pego de surpresa pela proposta.
"Foi a forma como ela foi apresentada. Ele estava em S�o Paulo para um debate com empres�rios em uma quinta-feira e soube assim. Ele reagiu naquele momento", afirmou. "Ontem (segunda-feira) ela voltou a explicar todo o elenco de medidas e agora vai para o debate."
Questionado se Temer apoiaria ou n�o a reimplanta��o da contribui��o, Ara�jo desconversou: "Converse com ele. Mas ele concordou com a apresenta��o que ela fez, com a argumenta��o que ela apresentou."
Al�m de Dilma, outro a telefonar na segunda-feira a Moscou foi Levy. "Ele ligou ontem. Perguntou como estava o acompanhamento das emendas que estamos liberando, perguntou se estava tudo bem, se estava se processando normalmente", contou Alves. Questionado se o telefonema revela um maior cuidado do n�cleo do governo na rela��o com os l�deres do PMDB, Alves afirmou: "� uma prova, n�o �? N�o s� com os ministros do PMDB, mas com o governo como um todo, com o compromisso de mais di�logo e mais cuidado. Afinal, emendas s�o um direito do parlamentar. O parlamentar tem direito".
Apoio
Ao ser abordado sobre se o Congresso Nacional apoiar� o pacote de cortes e o aumento de impostos, al�m da recria��o da CPMF, Alves demonstrou confian�a. "Acho que tem chances se for bem debatido, bem explicada, bem fundamentada", ponderou.