Os juristas H�lio Bicudo, um dos fundadores do PT, e Miguel Reale J�nior, ex-ministro da Justi�a do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, se reuniram nesta quarta-feira, com l�deres dos grupos anti-Dilma, num cart�rio de S�o Paulo, para fazer os reconhecimentos de firmas do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff que ser� protocolado nesta quinta-feira, na C�mara dos Deputados.
O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tinha devolvido o pedido apresentado por Bicudo para que fosse adequado aos padr�es exigidos pelo Regimento Interno da Casa. Diante disso, os grupos anti-Dilma aproveitaram a ocasi�o para articular que o parecer de Reale J�nior e o dos movimentos fosse juntado ao de Bicudo. O objetivo dos grupos � "dar simbolismo" ao ato.
Depois de assinar os documentos, Bicudo rebateu a fala de Dilma para uma r�dio do interior de S�o Paulo, de acordo com a qual propor uma ruptura da democracia como sa�da para a crise � uma "vers�o moderna de golpe". "Impeachment n�o � golpismo, � um rem�dio prescrito na Constitui��o; � golpismo de quem fala que � golpe", disse Bicudo.
Reale J�nior, por sua vez, disse hoje que j� existe ambiente pol�tico para o pedido de impeachment. Ambos, Reale e Bicudo, defenderam o impeachment do ent�o presidente Fernando Collor de Mello em 1992. "Assinei em 1992, sou doutor em impeachment", brincou Bicudo, que naquele ano era deputado federal pelo PT.
O ex-ministro tucano foi inclusive o relator do pedido que foi protocolado na C�mara na �poca. Questionado sobre um eventual governo Michel Temer, H�lio Bicudo disse inicialmente que preferiria a op��o de novas elei��es. "Temos que ter elei��es livres e gerais para escolher o novo presidente." Em seguida, por�m, reconheceu que esse � o cen�rio mais improv�vel.
"Temer ter� a nossa vigil�ncia", disse. Terminado o ato, os manifestantes dos grupos anti-Dilma entoaram palavras de ordem contra o PT e receberam aplausos de Bicudo, que recebeu uma Bandeira do Brasil.