Bancadas do PT aceitam apoiar pacote do governo

Bras�lia, 20 - Para evitar o aumento das crises pol�tica e econ�mica que pode custar o mandato da presidente Dilma Rousseff, as bancadas do PT na C�mara e no Senado v�o apoiar o novo pacote de medidas anunciadas pelo governo a fim de atingir a meta de super�vit prim�rio de 0,7% do PIB no pr�ximo ano. Mas, assim como ocorreu na primeira etapa do ajuste fiscal, n�o v�o se furtar a fazer cr�ticas �s propostas e eventualmente sugerir mudan�as a elas.

A estrat�gia pragm�tica de deputados e senadores petistas est� em linha com manifesta��es de quinta-feira da dire��o do PT e do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. A Executiva Nacional do partido decidiu apoiar as medidas, mesmo as chamando de impopulares. Lula, por sua vez, suspendeu cr�ticas p�blicas ao ajuste por avaliar que uma derrota no pacote pode ser fatal para o futuro pol�tico de Dilma.

Mesmo a contragosto, parlamentares do PT v�o endossar as medidas, com reparos. Mas cada bancada deve atuar de uma forma. A da C�mara tende a fazer menos cr�ticas p�blicas e dar apoio mais expl�cito ao pacote. A avalia��o dos deputados petistas � de que, por ser a Casa em que come�a a vota��o de um processo de impeachment, a bancada tem de estar unida neste momento. Segundo eles, sem esse endosso, outros partidos da base se sentiriam desobrigados a respaldar novamente medidas impopulares, como aumento de impostos. "Antes de pensar no ajuste, temos que pensar no mandato de Dilma", resumiu um parlamentar do PT. "N�o vamos fazer de uma marola, um tsunami", disse um influente deputado do PT.

Um dos vice-l�deres do partido na C�mara, o deputado Afonso Florence (PT-BA) considera que, para a bancada, o ajuste de agora � "menos traum�tico" do que o anterior, em que as Medidas Provis�rias 664 e 665 endureciam, por exemplo, regras para concess�o de benef�cios trabalhistas e previdenci�rios. "Vamos fechar posi��o e o partido vai ser fiel", afirmou Florence.

Senado

No Senado, Casa em que defec��es em vota��es como a do senador Walter Pinheiro (BA), contr�rio � nova CPMF, s�o esperadas, o governo deve ser alvo de mais reclama��es. Para os senadores do PT, houve falta de aviso das medidas e queixas de que o Executivo deveria ter anunciado primeiro a reforma administrativa, depois propor cortes e por �ltimo aumentar impostos. Outra reclama��o � que o governo n�o conseguiu deixar clara a mensagem de que, apesar dos cortes bilion�rios, os principais programas sociais foram preservados. Ainda assim, a bancada do PT do Senado tamb�m deve avalizar em peso o ajuste durante as vota��es. "H� um grande des�nimo da bancada", disse um senador petista, cr�tico da pol�tica econ�mica. "O caminho � ruim, mas as op��es s�o ruins", completou. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.