Roma, 23 - Um dia ap�s o Conselho de Estado ter rejeitado o recurso impetrado pelo ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato e dado aval para sua extradi��o, um grupo de cerca de 20 parlamentares italianos que defende sua perman�ncia na It�lia come�ou a se mobilizar nesta quarta-feira, 23, para lan�ar o �ltimo apelo ao ministro da Justi�a, Andrea Orlandi. O argumento ser� o de que Pizzolato, condenado a 12 anos e 7 meses de pris�o por envolvimento no mensal�o, deve responder no pa�s a um processo por falsidade ideol�gica.
O presidente da Comiss�o dos Direitos Humanos do Senado, Luigi Manconi, disse que a lei italiana n�o permite que um cidad�o que responde judicialmente por crimes cometidos no pa�s seja extraditado. "Se (o ministro) o mandar ao Brasil, estar� infringindo uma lei italiana", afirmou. Manconi deve se encontrar com Orlandi entre esta quarta, 23, e quinta-feira. "Pediremos que Pizzolato n�o seja enviado ao Brasil e que cumpra sua pena aqui na It�lia."
O senador Carlo Giovanardi afirmou n�o entender o motivo de o Brasil querer a extradi��o de Pizzolato. "Ele n�o pediu para sair da pris�o, ele quer pagar sua pena, mas aqui na It�lia. N�o entendo por que desejem tanto mand�-lo ao Brasil", disse. "Veremos se ainda existe espa�o para fazer alguma coisa".
Pizzolato fugiu para a It�lia em 2013 usando documentos do irm�o morto. Foi preso em fevereiro de 2014. � por causa dessa documenta��o falsa que ele est� sendo processado na It�lia. Se for condenado, pode pegar de 2 a 6 anos de pris�o.
�ltima inst�ncia
Na ter�a-feira, o Conselho de Estado, �ltima inst�ncia da justi�a administrativa da It�lia, considerou v�lidas as garantias enviadas pelas autoridades brasileiras de que Pizzolato ter� a integridade f�sica respeitada na Penitenci�ria da Papuda, em Bras�lia, para onde deve ser enviado se for extraditado. Com a decis�o, abre-se caminho para a extradi��o, j� decidida pelo Minist�rio da Justi�a italiano. A medida, por�m, ainda poder� ser revertida por uma decis�o pol�tica do ministro.
Pizzolato foi preso em fevereiro de 2014 em Maranello, cidade no norte da It�lia, na casa de um sobrinho. Permaneceu na penitenci�ria Sant'Anna at� em outubro, quando a Corte de Bolonha negou sua extradi��o. O caso foi parar nos tribunais romanos e a Corte de Cassa��o cancelou a senten�a que havia negado a extradi��o. O ministro da Justi�a italiano havia ratificado a decis�o da cassa��o, mas os advogados de Pizzolato entraram com recurso na justi�a administrativa.
A defesa do ex-diretor do BB ainda pode recorrer da decis�o do Conselho de Estado � Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo, na Fran�a, o que n�o impediria a transfer�ncia dele para o Brasil.