Pepe Vargas deixa Secretaria de Direitos Humanos antes de Dilma anunciar reforma

Rio de Janeiro, 29 - O trabalho do petista Pepe Vargas como ministro-chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presid�ncia da Rep�blica durou menos de seis meses. Empossado em meados de abril, Vargas n�o ir� para outra pasta na reforma ministerial que ser� anunciada pela presidente Dilma Rousseff nos pr�ximos dias. "Quando ela (Dilma Rousseff) anunciar a reforma, eu n�o permanecerei. Vou retomar meu mandato na C�mara. Mas � ela que vai anunciar a reforma", disse Vargas � reportagem.

O ministro afirmou ter sido chamado para conversar com a presidente na quinta-feira, 24. Na ocasi�o, ficou acertado seu retorno � C�mara. No mesmo dia, tamb�m estiveram com Dilma as ministras Eleonora Menicucci, da Secretaria de Pol�ticas para Mulheres, e Nilma Lino Gomes, da Igualdade Racial. Al�m disso, o atual chefe da Secretaria-Geral da Presid�ncia, Miguel Rossetto, esteve com Dilma antes da viagem a Nova York para a Assembleia-Geral da ONU.

A expectativa de integrantes do governo � de que Direitos Humanos, Pol�ticas para as Mulheres e Igualdade Racial sejam reunidas no novo Minist�rio da Cidadania, que dever� ser comandado por Rossetto.

Articula��o pol�tica

A Secretaria de Direitos Humanos � o segundo minist�rio ocupado por Vargas em menos de um ano. Logo ap�s a posse, a presidente Dilma Rousseff o nomeou para a Secretaria de Rela��es Institucionais (SRI). O aumento da crise pol�tica em abril fez com que Dilma cedesse a coordena��o pol�tica para o vice-presidente Michel Temer e realocasse Vargas. Na ocasi�o, a ent�o ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, tamb�m petista, perdeu o posto para ele.

� �poca, Vargas n�o escondeu a irrita��o pela maneira como teve que deixar a SRI, j� que sua substitui��o vazou antes do ministro ser comunicado. Dilma disse na ocasi�o que n�o estava agindo sob press�o dos presidentes da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), embora as reclama��es sobre as dificuldades no di�logo com o Congresso fossem constantes.

Vetos

Agora, o ministro demonstra resigna��o ao dizer que o seu retorno ao Congresso seria um "problema a menos", j� que ele era o �nico dos ministros petistas com mandato. Vargas deve retomar seu mandato como deputado federal pelo Rio Grande do Sul nesta ter�a-feira, 29, quando retornar�o � pauta os vetos da presidente. O mais importante � o do aumento aos servidores do Judici�rio. O texto aprovado no Senado e vetado por Dilma prev� aumento entre 53% e 78,56% - concedido de acordo com a fun��o exercida por cada servidor. "Evidente que independente do desenho da reforma os compromissos do governo com todas as essas tem�ticas persistem", disse Vargas.

Dilma pretende permitir que Rossetto continue cuidando dos movimentos sociais. A articula��o � considerada essencial para a presidente n�o perder mais apoio no momento em que a oposi��o e dissidentes da base aliada amea�am entrar com pedidos de impeachment na C�mara.