Para o ex-ministro de Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior do governo Lula, Miguel Jorge, que aparece em e-mail a executivos da Odebrecht citando lobby do ex-presidente, a atua��o de chefes de Estado e ministros em prol de empresas do pr�prio pa�s no exterior faz parte do papel dos governantes de buscar expandir as atividades comerciais.
Indagado sobre o epis�dio, Miguel Jorge respondeu com naturalidade. At� lembrou de um cap�tulo ocorrido h� mais de quarenta anos. "A primeira visita da rainha da Inglaterra ao Brasil nos anos 70 foi especificamente para vender avi�es ingleses, de uma empresa que depois foi uma das que formaram a Airbus. Acho que esse � o papel dos governantes, de realmente se esfor�arem para ter um com�rcio exterior maior para os seus pa�ses", disse o ex-ministro.
Consultado sobre o e-mail em que diz 'PR fez o lobby' em refer�ncia ao presidente Lula em um encontro com o presidente da Nam�bia em 2009, Miguel Jorge diz que n�o se recorda do epis�dio. Ele reafirma, contudo que fez lobby para empresas brasileiras quando foi ministro. "Eu fazia lobby pra todas as empresas brasileiras, independente de qual fosse, de frango de carne, de constru��o, de tubo, esse inclusive � o papel do ministro n�?", indaga.
Ele explicou ainda que a Odebrecht fazia parte de um cons�rcio junto com a Eletrobr�s e Furnas na obra da hidrel�trica da Nam�bia. Em 2008, a Eletrobr�s recebeu aprova��o para atuar no exterior e estava � procura de oportunidades na Am�rica Latina e na �frica.
De acordo com Miguel Jorge, os lobbies eram sempre "muito t�cnicos" e "muito �ticos". "Dissemos que a empresa � boa e faz bem (sua atividade). No caso da Odebrecht que ela constr�i bem, se fosse outra empreiteira a gente teria feito a mesma coisa. Esse � um papel institucional do ministro do Desenvolvimento", disse.
Ele conta ainda que durante seu tempo como ministro realizou mais de 10 miss�es comerciais no exterior para divulgar empresas brasileiras. Nestas viagens institucionais, explica Miguel Jorge, iam representantes de cerca de 100 empresas. J� nos encontros do presidente Lula com outras autoridades o n�mero era menor "normalmente eram 8, 10, 12 empresas", relatou.