Bras�lia, 02 - O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), avaliou que a reforma ministerial apresentada nesta sexta-feira, 02, pela presidente Dilma Rousseff "� p�fia" para reativar a economia e n�o implica necessariamente em uma solidez na base do governo. "N�o mudou nada no PMDB, n�o � por causa dessa reforma, por dar mais minist�rio ou menos, que passou a ter mais PMDB dentro do governo", disse. "Eu acho que o governo deu um primeiro sinal de mostra de economia. Ainda p�fio. Insuficiente do tamanho do rombo das contas p�blicas", completou.
Cunha disse ainda que a decis�o de cortar 3 mil cargos comissionados e reduzir em 10% o sal�rios de ministros e da presidente � "simb�lica". "N�o tem efeito econ�mico. O conjunto � tentar mostrar que vai reduzir custo e tentar mostrar uma consolida��o da base. Para efeito da sua base aqui eu n�o vi grande mudan�a", refor�ou.
Durante o an�ncio da reforma a presidente Dilma, que ampliou o espa�o do PMDB na Esplanada dos Minist�rios, disse que, se o governo errou, � preciso consertar os erros, mas que, para isso, � preciso estabilidade pol�tica para que o Pa�s volte a crescer. "Precisamos colocar os interesses do Pa�s acima dos interesses partid�rios", disse. Segundo ela, o redesenho busca construir um ambiente de di�logo e respeita os partidos. "Fazem parte da coaliza��o que me elegeu e t�m direito de governar comigo", afirmou, ressaltando que essa coaliz�o est� agora mais equilibrada. "Governos de coaliz�o, como o meu, precisam de apoio do Congresso".
Para Cunha, o �xito da tentativa da presidente n�o � garantido. "Pode ser que eles consigam no conjunto da obra melhorar o relacionamento com a parte que estava insatisfeita, mas pode ser que n�o. Isso a� � uma coisa que s� o tempo vai responder", disse. "Mas n�o � pela reforma em si que deu solidez da base."
O presidente da C�mara afirmou ainda o que pode ocorrer dentro da pol�tica interna do governo � o retorno de privil�gios ao PT. "Essa reforma serviu para dar uma guinada e voltar para o centro do poder a corrente do PT que havia sido afastada", disse.
Cunha reafirmou que sua posi��o � a de que o partido deveria ter deixado o governo e disse que se associa ao grupo de parlamentares do PMDB que ontem soltou uma nota repudiando a "barganha" do partido por cargos. "Houve uma dura manifesta��o ontem de um ter�o da bancada que n�o quer ficar com o governo, a qual eu at� me associo", disse.