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Estado de Minas

STF retira do juiz S�rgio Moro a investiga��o do caso Eletronuclear

Moro investigava corrup��o nas obras da usina de Angra 3. Processo sobre senadora j� havia sido desmembrado


postado em 06/10/2015 06:00 / atualizado em 06/10/2015 08:13

Moro cancelou os depoimentos agendados para a próxima semana(foto: FÁBIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL - 9/9/15)
Moro cancelou os depoimentos agendados para a pr�xima semana (foto: F�BIO RODRIGUES POZZEBOM/AG�NCIA BRASIL - 9/9/15)
S�o Paulo - As audi�ncias das testemunhas de acusa��o do caso Eletronuclear – suposto esquema de propinas nas obras da Usina de Angra 3 – foram suspensas pelo juiz federal S�rgio Moro, que conduz as a��es da Opera��o Lava-Jato. No dia 14, seriam ouvidos dois empreiteiros-delatores da Lava-Jato, Ricardo Pessoa, dono da UTC, e Dalton dos Santos Avancini, ex-presidente da Camargo Corr�a, pe�as emblem�ticas da investiga��o. S�o r�us, por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa, no caso Eletronuclear, 14 investigados, entre eles o ex-presidente da Eletronuclear almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, sua filha Ana Cristina Toniolo, e o presidente da Andrade Gutierrez Energia, Fl�vio David Barra. Moro cancelou os depoimentos agendados para a pr�xima semana porque o Supremo Tribunal Federal (STF) suspendeu a a��o, acolhendo Reclama��o da defesa de Fl�vio David Barra, que citou o senador Edison Lob�o (PMDB-MA), em depoimento na Pol�cia Federal. Lob�o tem foro privilegiado no STF. “Em vista do ali decidido, suspendo as audi�ncias j� designadas neste feito para oitiva de testemunhas de acusa��o”, decidiu o juiz da Lava-Jato.

Moro enviou ontem as investiga��es ao STF. Esse pode ser o segundo rev�s na Opera��o Lava-Jato desde que o STF determinou o fatiamento das investiga��es. Os casos envolvendo a Eletronuclear podem ter o mesmo destino de outra investiga��o iniciada na Lava-Jato: o Consis, envolvendo a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR). Ambos n�o est�o relacionado � Petrobras. Por decis�o da Corte, o caso acabou sendo redistribu�do. O ministro Dias Toffoli ficou com as investiga��es de agentes p�blicos com prerrogativa de foro e as investiga��es sobre os outros envolvidos foi encaminhada para a Justi�a Federal em S�o Paulo, onde teriam ocorrido os crimes

Ricardo Pessoa fez dela��o premiada perante o STF. O empreiteiro citou pelo menos 18 pol�ticos com foro privilegiado e revelou repasses a t�tulo de doa��o para a campanha de reelei��o da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014. O executivo Dalton Avancini escancarou o caso Eletronuclear. Ele revelou que o executivo Luis Carlos Martins, da Camargo Corr�a, sabia detalhes de suposta propina para o almirante Othon Luiz Pinheiro da Sila, detentor de rela��es pr�ximas com ex-ministros dos governos Lula e Dilma. sAvancini disse ainda � for�a-tarefa da Lava-Jato que em agosto de 2014 houve “uma reuni�o na empresa UTC”, em S�o Paulo, em que “foi comentado que havia certos compromissos do pagamento de propinas ao PMDB no montante de 1% e a dirigentes da Eletronuclear”. Os repasses teriam sido acertados no �mbito das obras de Andra 3.

DEPOIMENTOS Al�m das audi�ncias com os empreiteiros-delatores, estavam programados para o dia 19 os depoimentos de outras testemunhas consideradas muito importantes pelo Minist�rio P�blico Federal – auditores do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU) e o executivo Luis Carlos Martins.

Auditores da Unidade T�cnica do TCU alertaram para o “car�ter extremamente restritivo” do edital de pr�-qualifica��o, em 2011, lan�ado pela Eletronuclear para as obras da Usina Nuclear Angra 3. Os t�cnicos chegaram a sugerir a suspens�o do certame. No entanto, os ministros do Pleno do TCU mandaram continuar a licita��o. “No edital de pr�-qualifica��o, foram identificadas cl�usulas de habilita��o que conferiram car�ter extremamente restritivo ao certame, a exemplo da exig�ncia de atendimento de pelo menos quatro subitens por cada consorciada”, apontou relat�rio dos auditores do TCU.

Othon Luiz Pinheiro da Silva � suspeito de ter recebido R$ 4,5 milh�es em propina de grandes empreiteiras do Pa�s, via empresas intermedi�rias. Segundo o Minist�rio P�blico Federal, os pagamentos podem ter chegado a R$ 30 milh�es, valor correspondente a 1% dos contratos firmados pela Eletronuclear com empresas consorciadas. Agora, com a decis�o do Supremo, que mandou suspender o caso Eletronuclear, toda a investiga��o est� parada, inclusive a agenda de depoimentos das testemunhas de acusa��o.

"Clube VIP" de empreiteiras


S�o Paulo
- Os arquivos de computadores, HDs e pen drives de executivos da Andrade Gutierrez trouxeram para a Pol�cia Federal importantes dados para serem usados nos inqu�ritos sobre forma��o de cartel e fraude em licita��es da Petrobras, no �mbito dos processos da Opera��o Lava-Jato, em Curitiba. S�o registros que indicam a divis�o de obras entre as principais empreiteiras do “clube VIP”, participa��o em concorr�ncias para contratos para dar cobertura e uso de apoios pol�ticos. Um desses documentos � uma tabela com os campos “convidados” e “Coment�rios”, de empresas que participariam das obras e a situa��o de cada uma, armazenado em um pen drive do executivo da Andrade Gutierrez Antonio Pedro Campelo de Souza.

A PF destaca algumas dessas anota��es. “AG (possivelmente Andrade Gutierrez): Participou da O&M da Ref. Nordeste em troca da posi��o no Comperj”, “Delta - Tem forte apoio pol�tico no local e no cliente >> Pedido Expl�cito” e “EIT - Pedido Expl�cito do Cliente >> Compensa��o Interna >> Pedido do Ex MMM (Ex-ministro de Minas e Energia)”. A Delta e a EIT s�o outras duas empresas investigadas na Lava-Jato. H� ainda anota��es que fariam refer�ncia � Odebrecht. “CNO - Ganhou 90 MMR$ na Ref. Nordeste com apoio da AG”. A “Ref. Nordeste” � a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, onde j� foram comprovadas corrup��o e fraudes. H� ainda refer�ncia � Camargo Corr�a, cujo os executivos j� fizeram acordo de dela��o premiada admitindo propina na obra. “CCCC - Ganhou 90R$ na Ref. Nordeste com apoio da AG”.

O juiz S�rgio Moro j� condenou os executivos da Camargo Corr�a, identificada como “CCCC” na tabela- por corrup��o e lavagem nas obras da Abreu e Lima, junto com o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef - cotas do PP no esquema de fatiamento pol�tico da estatal, comandado ainda pelo PT e PMDB. Os documentos confirmam a divis�o de obras e combina��o de licita��es, com participa��o de empreiteira na “cobertura” de outras, avaliam os investigadores. Em outro documento aberto dos arquivos apreendidos na empreiteira, foi encontrado uma planilha com informa��es de divis�o do mercado entre as empreiteiras, problemas que podem ocorrer e como controlar o mercado. “Aparentando ser atrav�s de influ�ncia, sorteios entre as empreiteiras ‘amigas’ e cotas para acomodar as demais construtoras, ‘acomodar o mercado’”, interpreta da PF.

PRESOS
O material foi anexado pela PF na �ltima semana aos autos da Lava-Jato. Executivos da Andrade Gutierrez s�o r�us em uma a��o penal aberta em agosto, acusados de corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa. O presidente da empreiteira, Ot�vio Marques Azevedo, e outros executivos est�o presos pela Lava-Jato, em Curitiba, desde 19 de junho, quando foram alvos da 14ª fase batizada de Opera��o Erga Omnes - que teve como alvos tamb�m o presidente e executivos da Odebrecht.

A for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal ainda n�o denunciou nenhum dos empreiteiros por cartel ou fraudes em licita��es. As acusa��es formais pelos dois crimes ser�o apresentadas em uma segunda etapa da Lava Jato, segundo os procuradores. A Andrade Gutierrez informou que n�o vai comentar.


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