
Quatro dias depois de defender a recria��o da CPMF, com al�quotas de 0,20% e a tributa��o tanto no momento das opera��es de cr�dito quanto nas opera��es de d�bito, o ministro da Sa�de, Marcelo Castro, mudou o discurso. Uma hora depois da cerim�nia de transmiss�o do cargo, nesta ter�a-feira, 6, ele afirmou que n�o caber� a ele definir como a nova fonte de recurso deve se dar. "Vamos deixar que Joaquim Levy (ministro da Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), governadores dos Estados, prefeitos e Congresso Nacional encontrem uma maneira razo�vel para trazer mais recursos para a seguridade social", disse.
Ele negou que suas declara��es na semana passada tenham provocado saia justa dentro do governo. "Mas esse assunto n�o sou eu que vou tratar. Eu tenho de dizer de maneira clara para sociedade que o sistema p�blico de sa�de do Brasil depende de mais recursos. Como os recursos v�o chegar, a n�s n�o � t�o importante e nem � minha �rea", completou.
O ministro, no entanto, defendeu a cria��o de uma fonte permanente de recursos para o setor, que, em sua avalia��o, sofre por um "subfinanciamento cr�nico" e insistiu que recursos para financiamento sejam partilhados com Estados e munic�pios. Metade iria para Uni�o, metade para Estados e munic�pios. Ele citou o exemplo de Teresina, que aplica 35% de suas receitas na �rea de sa�de. "Isso � inaceit�vel, injusto", disse.
Na �ltima sexta-feira, assim que foi anunciado pela presidente Dilma Rousseff como novo ministro da Sa�de, Castro prop�s que a CPMF seja permanente e passe a ser cobrada tanto nas opera��es de cr�dito quanto de d�bito, o que dobraria a arrecada��o do governo.
Previd�ncia
O ministro insistiu ainda que a verba arrecadada com a nova contribui��o deveria ser partilhada com seguridade social - sa�de, previd�ncia e a��es sociais. Um formato distinto do que � defendido pelo governo. Num tom mais gen�rico, ele afirmou que qualquer ministro defenderia mais recursos para a sua �rea, mas ponderou que o Pa�s vive uma crise, com recess�o, e que, nessas condi��es, a obten��o de recursos � mais dif�cil.
Durante a cerim�nia de transmiss�o de cargo nesta ter�a, Castro falou por mais de 30 minutos. Seu primeiro gesto foi agradecer ao l�der Leonardo Picciani (PMDB-RJ). "Ele teve um papel decisivo na constru��o do cargo que assumo", disse. Citou antecessores e garantiu que n�o vai decepcionar. "Assumo e venho para somar e acrescentar. Minhas credenciais me permitem isso."