Bras�lia – O novo ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta quarta-feira que a amea�a de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff � uma "perigosa subvers�o", que pode trazer instabilidade ao pa�s e at� p�r em risco a democracia. Sob o argumento de que impeachment � uma "ferramenta de exce��o", e n�o de normalidade, Wagner disse haver uma "distor��o" por parte de advers�rios que apostam na disputa pol�tica fora de hora para chegar ao poder.
"Estamos h� quase um ano falando o tempo todo que 'precisamos construir o impeachment'. Ora, ningu�m constr�i impeachment. Isso � uma perigosa subvers�o, que pode trazer instabilidade", insistiu o ministro da Casa Civil, logo ap�s receber o cargo de Aloizio Mercadante, deslocado para o Minist�rio da Educa��o. "Se formos nessa toada, toda vez que houver um governo com taxa de popularidade baixa, ou com dificuldade na sua maioria congressual, ent�o a oposi��o vai achar que tem uma oportunidade."
Wagner fez as declara��es antes de oTribunal de Contas da Uni�o (TCU) votar pela rejei��o das contas da presidente Dilma.
"Agora, mesmo que haja rejei��o das contas, isso n�o � sustenta��o para pedido de processo de impeachment", avaliou o chefe da Casa Civil. "O ex-presidente do Supremo Ayres Brito j� deu declara��es muito contundentes sobre isso e creio que qualquer pessoa que queira respeitar o texto constitucional sabe que o julgamento das contas, por ser de mandato anterior, n�o tem conex�o com o mandato atual."
Ao observar que a oposi��o "erra" ao "banalizar" mecanismos como impeachment e comiss�es parlamentares de inqu�rito, Wagner lembrou que, em 1992, as den�ncias contra o ent�o presidente Fernando Collor (PTB-AL), hoje senador, se encaixavam em "crime de responsabilidade". Collor acabou renunciando, mas, mesmo assim, sofreu impeachment no Congresso.
"Sou um democrata convicto, confesso e praticante. Portanto, eu acho um risco muito grande falar em impeachment, principalmente quando estamos comemorando 30 anos de democracia ininterrupta", observou Wagner. "Respeito quem prega isso, mas evidentemente discordo, porque � um p�ssimo uso de uma ferramenta de exce��o, n�o de normalidade."
Teste frustrado Momentos antes da nova derrota do Planalto, que pelo segundo dia consecutivo n�o conseguiu qu�rum no Congresso para apreciar os vetos de Dilma a projetos da "pauta-bomba", com grande impacto nas contas p�blicas, Wagner disse que aquela vota��o seria o primeiro teste de reaglutina��o da base aliada. Na sexta-feira, Dilma entregou sete minist�rios ao PMDB, na tentativa de barrar o impeachment e aprovar o pacote fiscal.
Questionado se apoiava o ajuste do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, Wagner afirmou que as mudan�as n�o eram apenas propostas da equipe econ�mica. "O ajuste � do governo, n�o � do ministro Levy", destacou.
O ministro argumentou, por�m, que o governo n�o pode ficar s� com a agenda do ajuste. "J� est� absorvido pela sociedade que � preciso fazer esse processo de ajuste e come�ar logo as pol�ticas de desenvolvimento", comentou ele.
Amigo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e tamb�m de Dilma, Wagner tratou de desfazer o carimbo de "superpoderoso", conferido a todos os outros petistas que comandaram a Casa Civil, desde 2003.
"N�o pretendo ser superministro e n�o acredito em salvadores da P�tria. N�o chego aqui como super isso, super aquilo, nem chego para espalhar. Tenho a humildade de quem sabe do tamanho do desafio e vou tentar juntar todo mundo", prometeu o ministro.
