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Estado de Minas

Eduardo Cunha est� a caminho do isolamento

Partidos de oposi��o assinam nota conjunta em que cobram o afastamento do peemedebista da presid�ncia da C�mara


postado em 11/10/2015 06:00 / atualizado em 11/10/2015 09:38

"Pode pressionar, eu n�o renuncio. Sem a menor chance. Podem retirar apoio, fazer o que quiserem. Tenho amplo direito de defesa. N�o podem me tirar" - Eduardo Cunha, presidente de C�mara, em entrevista (foto: Miguel Schincariol/AFP)
O detalhamento sobre a movimenta��o financeira do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em contas no exterior aumentou a press�o pela ren�ncia do parlamentar. Nesse s�bado (10), l�deres de partidos da oposi��o – que at� ent�o adotavam postura moderada em rela��o �s den�ncias contra Cunha – cobraram seu afastamento da presid�ncia da Casa. Por meio de nota, PSDB, DEM, PPS, PSB e Solidariedade defenderam que ele deixe o cargo “at� mesmo para que ele possa exercer, de forma adequada, seu direito constitucional � ampla defesa”.

A nota � assinada pelos l�deres Carlos Sampaio (PSDB-SP), Arthur Maia (SD-BA), Fernando Bezerra (PSB-PE), Mendon�a Filho (DEM-PE), Rubens Bueno (PPS-PR) e Bruno Ara�jo (PSDB-PE), tamb�m l�der da minoria na C�mara. Esse foi o principal rev�s sofrido por Cunha entre seus aliados no Congresso desde que se tornou alvo de investiga��o no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta participa��o no esquema de corrup��o da Petrobras. At� ent�o, as legendas de oposi��o ao Pal�cio do Planalto ofereciam sustenta��o pol�tica ao peemedebista, uma vez que dependem do aval do presidente da C�mara para emplacar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).

Os parlamentares da oposi��o defendem nos bastidores que Cunha renuncie, mas sugerem que ele preserve seu mandato parlamentar. Se ele perder o mandato, consequentemente, perde tamb�m o foro privilegiado e a investiga��o de novas den�ncias na Opera��o Lava-Jato passa a ser feita pela Justi�a comum, n�o mais pelo Supremo.

A situa��o de Cunha se agravou nas �ltimas semanas, quando delatores da Lava-Jato implicaram o presidente da C�mara em novas acusa��es e um dossi� elaborado pelo Minist�rio P�blico da Su��a mostrou que a propina paga para viabilizar neg�cios com a Petrobras alimentou contas secretas do deputado e de sua mulher, a jornalista Cl�udia Cruz. Os documentos do MP su��o foram entregues na semana passada � Procuradoria-geral da Rep�blica, em Bras�lia. Segundo investigadores, parte do dinheiro movimentado por Cunha tem como origem um contrato de US$ 34,5 milh�es assinado pela Petrobras para a compra de um campo de explora��o de petr�leo em Benin, na �frica.

Resposta

Pouco depois do pedido de afastamento feito pelos l�deres dos partidos de oposi��o, a assessoria de imprensa do presidente da C�mara divulgou nota � imprensa reafirmando que Cunha permanecer� no cargo. “Em rela��o a qualquer pedido de afastamento ou ren�ncia por parte do presidente da C�mara, ele informa que foi eleito pela maioria absoluta dos deputados, em primeiro turno, para cumprir um mandato de dois anos e ir� cumpri-lo”, diz o texto. Em entrevista por telefone � Globonews, nesse s�bado, ele declara com todas as letras que n�o renunciar�. “Pode pressionar, eu n�o renuncio. Sem a menor chance. Podem retirar apoio, fazer o que quiserem. Tenho amplo direito de defesa. N�o podem me tirar”, afirmou.

At� esse s�bado, o parlamentar se esquivava de comentar as den�ncias. Tanto em entrevistas quanto no plen�rio, quando deputados cobravam uma posi��o sobre suas contas secretas, o peemedebista ignorava e n�o comentava as acusa��es. Por meio da nota, que traz nove pontos em sua defesa, o deputado criticou o que considerou “vazamento absurdo” da Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) e reafirmou seu depoimento na CPI da Petrobras, em que disse n�o ter contas no exterior.

“At� o presente momento, o procurador-geral (Rodrigo Janot) divulgou dados que, em tese, deveriam estar protegidos por sigilo, sem dar ao presidente da C�mara o direito de ampla defesa e ao contradit�rio que a nossa Constitui��o assegura, e o faz, estranhamento, de forma ostensiva e fatiada entre os principais �rg�os de imprensa, ao fim de uma sexta-feira v�spera de feriado prolongado”, diz a nota.

O deputado informou que “seus advogados ingressar�o, na ter�a-feira, com peti��o ao Supremo Tribunal Federal pedindo o imediato acesso aos documentos que existam no Minist�rio P�blico Federal, para que eles possam dar a resposta precisa aos fatos que por ventura existam”. O deputado critica Rodrigo Janot, sem citar diretamente o nome do procurador, por suposto “vazamento pol�tico de dados que est�o sob a guarda da PGR”. Ele questiona ainda: “Onde est�o os dados dos demais investigados? Como est�o os demais inqu�ritos? Por que o PGR tem essa obstina��o pelo presidente da C�mara?”, finaliza.

O que pesa contra ele

Documentos sobre as contas na Su��a chegaram na �ltima quarta-feira � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) e, entre eles, h� pap�is que incluem c�pias de passaporte, comprovantes de endere�o no Rio de Janeiro e assinaturas de Eduardo Cunha.

Os investigadores rastrearam o caminho do dinheiro depositado nas contas banc�rias, que receberam nos �ltimos anos dep�sitos de US$ 4.831.711,44 e 1.311.700 francos su��os, equivalentes a R$ 23,2 milh�es, segundo a cota��o de sexta-feira.

Ao revelar o caminho do dinheiro pelas contas de Cunha, os documentos do Minist�rio P�blico su��o mostram que da conta em nome da mulher do deputado, a jornalista Cl�udia Cruz,  sa�ram recursos para o pagamento de despesas pessoais de US$ 1,09 milh�o (o equivalente a R$ 4,1 milh�es) em sete anos.

As despesas incluem faturas de dois cart�es de cr�dito e gastos com um curso de ingl�s na Malvern College, na Inglaterra, no valor de US$ 8 mil, e em aulas de t�nis na famosa academia de Nick Bollettieri, na Fl�rida (EUA), uma das principais formadoras de tenistas no mundo, com pagamento de US$ 59 mil.

Investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ter recebido pelo menos US$ 5 milh�es por contratos de aluguel de navios-sonda, Cunha tem reiterado nos �ltimos dias depoimento que deu em mar�o � CPI da Petrobras em que nega possuir contas no exterior.


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