Bras�lia, 13 - O presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), reagiu com ironia � press�o que vem sofrendo de opositores para que deixe o cargo diante das den�ncias de corrup��o no esquema investigado pela Opera��o Lava-Jato. "Acho que v�o ter que me aturar um pouquinho mais", respondeu o peemedebista quando abordado sobre os pedidos para que saia da presid�ncia. Nesta ter�a-feira, 13, o PSOL, com assinaturas de parlamentares de outros partidos, apresentou ao Conselho de �tica da C�mara pedido de cassa��o de Cunha por quebra de decoro.
Cunha afirmou estar "firme" e "tranquilo" e negou que ser alvo de press�o. "Quando houve a instaura��o do inqu�rito, o PSOL pediu meu afastamento. Quando houve depoimento de delator, o PSOL pediu meu afastamento. Quando houve pedido de den�ncia, o PSOL pediu meu afastamento. Por que n�o pediria agora? J� entrou na corregedoria duas vezes. � da pol�tica. S�o os meus advers�rios pol�ticos. � normal. Estou aqui firme", afirmou Cunha. "Estou absolutamente tranquilo", disse o presidente da C�mara.
PSOL e Rede Sustentabilidade protocolaram nesta tarde no Conselho de �tica da C�mara uma representa��o contra o presidente da Casa por quebra de decoro parlamentar. Dos 46 parlamentares que assinaram o apoiamento ao in�cio da a��o parlamentar, 32 s�o do PT. Tamb�m assinaram o documento parlamentares do PSB, PPS, PROS e o deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE).
Essa � a primeira representa��o em 2015 no Conselho de �tica contra um investigado na Opera��o Lava-Jato. A representa��o conclui que Cunha mentiu � CPI da Petrobras ao negar que tivesse contas ocultas no exterior e pede a cassa��o do mandato parlamentar. "A C�mara quebra o sil�ncio e toma uma iniciativa concreta", disse o l�der do PSOL, Chico Alencar (RJ).
A representa��o ser� encaminhado � Secretaria-Geral da Mesa Diretora, que ter� tr�s dias para devolv�-lo ao Conselho de �tica e Decoro Parlamentar. Em seguida, o colegiado sortear� tr�s membros do Conselho e um deles ser� escolhido pelo presidente Jos� Carlos Ara�jo (PSD-BA) como relator do processo. O parlamentar j� avisou que n�o vai escolher o deputado J�lio Delgado (PSB-MG) como relator porque Delgado disputou a presid�ncia da Casa com Cunha. "N�o quero que paire d�vidas sobre a escolha do relator. Quero preservar o J�lio Delgado", justificou o presidente do Conselho de �tica. Na verdade Delgado � alvo de um inqu�rito abreto no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura sua participa��o nas irregularidades investigadas pela Lava-jato.
A representa��o foi protocolada em uma reuni�o concorrida, com a presen�a de deputados que apoiaram o in�cio do processo e membros dos Conselho. Ara�jo avisou que dar� andamento a a��o contra Cunha. "Neste Conselho n�o haver� procrastina��o", disse.
Impeachment
Eduardo Cunha indeferiu nesta ter�a-feira cinco pedidos de impeachment, mas disse que pode esperar uma decis�o definitiva do STF para se manifestar sobre o requerimento apresentado pelos juristas H�lio Bicudo e Miguel Reale J�nior.
O presidente da C�mara disse prestar� informa��es e recorrer�, at� esta quarta-feira, 14, das liminares concedidas pelo STF que suspendem a aplica��o do rito estabelecido por Cunha para o processo de impeachment. Ao contr�rio do entendimento do governo, o peemedebista disse que as implica��es da decis�o provis�ria do Supremo atingem apenas a tramita��o a partir de um recurso, mas n�o a delibera��o monocr�tica de Cunha. Ou seja, ele ainda pode deferir ou indeferir pedidos.
"A Casa vai recorrer. N�o h� qualquer altera��o em rela��o ao meu papel origin�rio de aceitar ou indeferir. Indeferi cinco agora. N�o h� nada em rela��o ao meu papel", afirmou.
Cunha rebateu ainda as acusa��es de que se manifestar� sobre o impeachment por vingan�a. "N�o preciso ficar batendo boca com fofoca. N�o preciso ficar me preocupando com aquilo que plantam atrav�s de voc�s para criar um clima de instabilidade. Respondo com os fatos. O tempo, por si s�, esclarece", afirmou.