S�o Paulo, 16 - O lobista Fernando 'Baiano' Soares, apontado como operador de propinas do PMDB, afirmou � Procuradoria-Geral da Rep�blica, em dela��o premiada, que o presidente da C�mara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu propina em forma de doa��o eleitoral para o partido. As declara��es foram prestadas no dia 10 de setembro de 2015 e agora juntadas a pedido de novo inqu�rito contra Cunha, encaminha pela PGR ao Supremo Tribunal Federal (STF).
A sugest�o do peemedebista teria sido feita em 2012, ano das elei��es municipais. Segundo o delator, o lobista Julio Camargo estava atrasando o pagamento de propina sobre contrato do navio-sonda Vit�ria 10000, da Petrobras.
Julio Camargo atuava como representante de multinacionais perante a Petrobr�s. Ele escancarou o cap�tulo relativo � propina do presidente da C�mara.
"Julio Camargo come�ou a dizer que estava tendo dificuldade para disponibilizar dinheiro em esp�cie para pagar Eduardo Cunha; que, ent�o, o depoente (Fernando Baiano) sugeriu que Julio Camargo fizesse uma doa��o oficial para Eduardo Cunha ou para o PMDB; que esta ideia em verdade partiu do pr�prio Eduardo Cunha", afirmou Fernando Baiano.
Eduardo Cunha j� foi denunciado pela Procuradoria-Geral da Rep�blica por corrup��o e lavagem de dinheiro. O presidente da C�mara defende enfaticamente o modelo de doa��o de empresas a campanhas pol�ticas.
Ainda segundo o operador do PMDB - condenado a 16 anos de pris�o por corrup��o e lavagem de dinheiro do esquema Petrobras -, em 2012, 'que era mais uma vez ano eleitoral, Eduardo Cunha passou a pressionar o depoente para cobrar Julio Camargo'.
A dela��o de Fernando Baiano, dividida em v�rios depoimentos � Procuradoria-Geral da Rep�blica, confirma os relatos anteriormente dados por Julio Camargo. Segundo o operador do PMDB, as cobran�as da propina atrasada 'foram feitas em reuni�es pessoais com Eduardo Cunha'.
Fernando Baiano citou o doleiro Alberto Youssef, pe�a central da Opera��o Lava Jato, que derrubou a rede de propinas no esquema Petrobr�s. Youssef teria providenciado o pagamento de parte da propina em esp�cie.
"Nesta �poca, Julio Camargo j� havia pago em tomo de R$ 4 milh�es, que era o valor recebido de Youssef", afirmou Baiano.
Em um trecho de um de seus depoimentos, Fernando Baiano afirma que o total da propina era de US$ 10 milh�es e que ela seria paga de �maneira parcelada�.
Como Julio Camargo atrasou essas parcelas, Fernando Baiano disse que 'passou a cobrar' o lobista. "Que, ent�o, o depoente passou a cobrar Julio Camargo, n�o apenas os valores devidos a si, mas tamb�m para valores de Eduardo Cunha; Que o depoente queria, no entanto, que Julio Camargo resolvesse prioritariamente os d�bitos com Eduardo Cunha, at� porque era ano eleitoral e havia a press�o dele; Que Julio Camargo come�ou a dizer que estava tendo dificuldade para disponibilizar dinheiro em esp�cie para pagar Eduardo Cunha; Que, ent�o, o depoente sugeriu que Julio Camargo fizesse uma doa��o oficial para Eduardo Cunha ou para o PMDB; que esta ideia em verdade partiu do pr�prio Eduardo Cunha."
Eduardo Cunha negou reiteradamente o recebimento de propinas no esquema Petrobras.
O PMDB tem reiterado que jamais autorizou qualquer pessoa a agir em nome do partido.