Bras�lia – A Pol�cia Federal instaurou um inqu�rito para investigar suspeitas de irregularidades na campanha da presidente Dilma Rousseff em 2014. O procedimento foi aberto no �ltimo dia 7 por determina��o do ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Gilmar Mendes, relator das contas da campanha petista na corte. Mendes enviou dois of�cios com pedido de apura��o � PF e � PGR Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), um em junho, outro em agosto.
No primeiro deles, o ministro expunha eventuais ilegalidades encontradas na presta��o de servi�o de empresas contratados pela campanha, entre elas a Focal Confec��o e Comunica��o. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a Focal, que oficialmente est� em nome de um motorista, foi a segunda empresa que mais recebeu da campanha da presidente.
No outro documento, de agosto, Mendes acrescenta informa��es descobertas pela Opera��o Lava Jato para sustentar o a instaura��o do inqu�rito. Ele lembra elementos que que apontam para eventuais pagamentos de propina em forma de doa��es eleitorais.
Parte das empresas investigadas na opera��o, acusadas de subornar diretores da Petrobras, fizeram contribui��es milion�rias a partidos pol�ticos, entre eles o da presidente Dilma. “As doa��es contabilizadas parecem formar um ciclo que retirava os recursos da estatal, abastecia contas do partido, mesmo fora do per�odo eleitoral, e circulava para as campanhas eleitorais”, escreveu Mendes.
As presta��es de contas da campanha da presidente Dilma e do Comit� Financeiro Nacional do PT foram aprovadas com ressalvas pelo TSE no final do ano passado. Ao se referir a gastos da campanha considerados suspeitos, Gilmar Mendes afirma que a presta��o de contas petista cont�m despesas de “duvidosa consist�ncia”. “N�o bastassem o suposto recebimento pelo partido e pela candidata de dinheiro de propina em forma��o doa��o eleitoral, h� despesas contabilizadas na presta��o de contas da candidata de duvidosa consist�ncia”, argumenta Gilmar Mendes.
ARQUIVAMENTO Embora tamb�m tenha recebido o of�cio assinado pelo ministro, a PGR se posicionou favor�vel ao arquivamento do pedido de investiga��o. Rodrigo Janot, procurador-geral da Rep�blica, argumentou que os fatos contidos no documento, recebido em junho, n�o apresentavam consist�ncia suficiente para autorizar a ado��o das “sempre gravosas provid�ncias investigativas criminais”.
Atualmente, h� em curso no TSE quatro a��es propostas pela oposi��o que acusam o PT de abuso de poder pol�tico, econ�mico e irregularidades nas contas de campanha. Em todas, os opositores pedem a impugna��o da chapa encabe�ada por Dilma.
OUTRO LADO O coordenador-jur�dico do PT, Flavio Caetano, afirmou que a campanha foi conduzida absolutamente dentro da legalidade. Acrescentou que todas as doa��es foram legais e devidamente registradas na presta��o de contas, “aprovada por unanimidade pelo TSE”. “Eventuais suspeitas devem ser sanadas com apura��o rigorosa, para que todas as d�vidas sejam esclarecidas e possamos virar a agenda eleitoral”, concluiu Caetano.
Novos protestos
O movimento Vem Pra Rua (VPR), que defende o impeachment da presidente Dilma Rousseff, promove atos de apoio �s investiga��es de corrup��o na Petrobras em nove capitais e outras quatro cidades hoje. H� manifesta��es marcadas em S�o Paulo, Belo Horizonte, Botucatu (SP), Bras�lia, Curitiba, Goi�nia, Ipatinga (MG), Natal, Recife, S�o Lu�s, Sorocaba (SP), Uberl�ndia (MG). Outros grupos militantes pr�-impeachment, como o Nas Ruas, tamb�m devem participar.