Depois da sexta-feira e do fim de semana cheios de incertezas sobre a perman�ncia de Joaquim Levy no cargo de ministro da Fazenda, o executivo ganhou apoio de ao menos uma colega na Esplanada. A ministra da Agricultura, K�tia Abreu, afirmou via Twitter que Levy est� aplicando "a receita padr�o que qualquer economista respons�vel faria". "Em economia n�o h� mago ou 'econom�gica'", disse.
K�tia Abreu tamb�m acenou ao Congresso e disse que o Parlamento est� fazendo sua parte para ajudar nos ajustes. "Um Pa�s n�o sai de uma crise num passe de m�gica ou em dez meses. Tudo est� sendo feito para colher efeito positivo em m�dio prazo", observou. "H� opini�es que divergem da minha e eu respeito, mas temos que ter paci�ncia e confiar. N�o d� para fazer ajustes apenas aumentando receita", afirmou.
Ela disse ainda que � preciso cortar despesas e criticou os que defendem os cortes, mas n�o querem cortar na pr�pria carne. "Em princ�pio, n�o h� parto sem dor. Mas depois vir�o as compensa��es. Eu confio", comentou.
K�tia Abreu lembrou que o Pa�s tamb�m depende do Congresso para fazer os ajustes e afirmou que os parlamentares t�m feito a parte deles. "Na hora do voto, o Congresso n�o tem faltado ao Brasil", defendeu. "Na democracia, quem diverge faz muito barulho. A oposi��o, certa ou errada, � muito importante para afirmar a democracia. A unanimidade � burra", argumentou.
A ministra deixou o Brasil nesta segunda-feira, 19, para participar de reuni�o entre ministros da Agricultura de 34 pa�ses das Am�ricas do Sul, Central e do Norte, promovida pelo governo mexicano e pelo Instituto Interamericano de Coopera��o para a Agricultura (IICA).
Na tarde de sexta-feira, havia surgido um rumor de que Levy havia redigido uma carta de demiss�o para apresentar � presidente. Esses rumores cresceram depois da press�o sobre o ministro aumentar, com o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, de parlamentares do PT e de sindicalistas da Central �nica dos Trabalhadores (CUT) pedirem a demiss�o dele � presidente Dilma Rousseff.
Os desafetos de Levy entendem que o ministro mant�m discurso excessivamente concentrado no ajuste fiscal e tem vis�o de tesoureiro, e n�o uma perspectiva mais ampla da pol�tica macroecon�mica. Isto �, Levy n�o seria capaz de conduzir o Pa�s para al�m do ajuste fiscal, num cen�rio de crescimento e agenda positiva.
A press�o foi tamanha que o Minist�rio da Fazenda se viu obrigado a emitir um comunicado desmentindo seu pedido de demiss�o. "Ele n�o pediu demiss�o, n�o existe carta de demiss�o. Levy continua trabalhando e se esfor�ando pelo futuro do Pa�s", declarou a assessoria do ministro na �ltima sexta-feira.