Teresina, 21 - O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou que � preciso "brecar" gastos quando "perdemos a conta". "� preciso melhorar, sim, e � preciso fazer cortes para n�o quebrar", afirmou em discurso ao receber o t�tulo de cidad�o piauiense e teresinense, nesta quarta-feira, 21, na Assembleia Legislativa do Piau�.
Apesar de ter defendido, nos bastidores, a sa�da do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, principal defensor do ajuste fiscal, Lula reconheceu a import�ncia de acertar as contas p�blicas. "Isso a gente faz na casa da gente. Gastou um pouco demais? Perdeu a conta? Tem que brecar. Ou a gente faz isso, ou quebra de vez", afirmou, sem dizer como e onde poderiam ser feitos os cortes.
O petista reconheceu que a crise econ�mica atrapalha a gest�o e defendeu medidas econ�micas. "Se n�o tomar provid�ncias, o Pa�s quebra", disse. Mas advertiu que o governo tem que ser melhor quando se tem menos dinheiro. "Precisa andar mais e fazer mais pol�tica", recomendou Lula. "Tem que ser melhor agora que em gest�es anteriores. Eu sei que tem menos dinheiro, ent�o temos que ser melhores agora. Temos que andar mais. Conviver mais com as pessoas. Fazer mais pol�tica".
Lula fez recomenda��es ao governador do Piau�, Wellington Dias (PT), para tentar superar a crise. "Voc� tem que ser melhor agora que em suas duas gest�es anteriores, Wellington. Fa�a mais pol�tica e fa�a com a Dilma o que voc� fazia comigo. Esse foi o �ndio (apelido de Wellington Dias) que mais levou dinheiro para o Estado dele. Voc� aprendeu a chorar, ent�o v� atr�s companheiro", disse o ex-presidente.
O ex-presidente voltou a mandar recado para que a presidente Dilma Rousseff viaje pelo Pa�s. Segundo o petista, n�o se governa de dentro de gabinete, sem falar cara a cara com o povo.
O ex-presidente disse que falaria pouco, porque estava rouco, mas acabou discursando por meia hora em defesa do governo. "Este pa�s est� vivendo um momento inusitado. Um momento de �dio, em que as pessoas n�o precisam nem ser julgadas e as manchetes condenam antes de as pessoas saberem se tem processos. Muita gente fica nervosa e irritada e temos que nos perguntar o que est� acontecendo", afirmou o ex-presidente. "Qual a culpa tem o governo? Qual a culpa tem o PT? Algu�m j� comparou a crise brasileira com a crise da Fran�a? Com a crise da It�lia? O Brasil n�o � uma ilha no meio do deserto, onde nada podia acontecer."
No discurso, Lula tamb�m voltou a recorrer � compara��o com os advers�rios do PSDB. "Eles esquecem como n�s pegamos o Pa�s. Eles esquecem que pobre n�o entrava em universidade. Eles se esquecem que em 12 anos fizemos 554. E eles em 100 anos fizeram 140", completou.
No discurso da Assembleia Legislativa, Lula disse que incomoda as elites e que alguns esqueceram o que o governo do PT trouxe avan�os e fez programas sociais. "Eles esqueceram o que fizemos? Fizemos o Pronatec, Plano Nacional de Educa��o e abertura de escolas t�cnicas. � isso que incomoda", afirmou Lula.
Disputa
Alguns manifestantes do Vem Pra Rua foram com carro de som para a frente da Assembleia Legislativa, onde ocorria a solenidade de entrega dos t�tulos de cidadania. O PT tamb�m mandou um carro de som e os dois grupos come�aram a entrar em atrito.
A confus�o aumentou quando o Vem Pra Rua come�ou a inflar um boneco do ex-presidente Lula de mais de cinco metros, apelidado de Pixuleco. Os petistas amea�aram furar o boneco infl�vel vestido de presidi�rio com o n�mero 13-171 no peito.
Al�m do Pixuleco, foi exposto um certificado de cidadania no tamanho de cerca de 1,5 metro de altura com os seguintes dizeres: "O povo do Piau�, pelo decreto 171-666, concede o t�tulo de cidad�o Vergonha Piauiense do Pixuleco, para receber propina e apoiar a corrup��o".
A coordenadora do movimento anti-PT, Adriana Sousa, afirmou que � uma vergonha a concess�o de honrarias ao ex-presidente Lula, que � citado em esc�ndalos de corrup��o. "A democracia est� comprometida. � uma vergonha conceder um t�tulo a uma pessoa t�o corrupta como ele", disse a l�der do Vem Pra Rua.
No bate-boca que chegou a virar pancadaria, a Pol�cia Militar teve que acionar o Comando de Gerenciamento de Crises, que abafou o tumulto e mandou desligar os dois carros de som que estavam no local.