Bras�lia - O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, de 63 anos, dividir� cela com dois presos, um deles condenado por envolvimento em assassinato e no esc�ndalo dos "An�es do Or�amento" e o outro por estupro. Extraditado da It�lia, Pizzolato foi recebido �s 10h desta sexta-feira na Penitenci�ria da Papuda, em Bras�lia, e em seguida recolhido na ala B do Centro de Deten��o Provis�ria, a chamada "ala dos vulner�veis", destinada a presos idosos, c�lebres e mais sujeitos a viol�ncia.
Um dos companheiros de cela de Pizzolato � o economista Jos� Carlos Alves dos Santos, ex-chefe da Assessoria de Or�amento do Senado. Ele foi condenado por envolvimento no esc�ndalo dos "An�es do Or�amento", que veio � tona em 1993. O esquema envolvia desvio de recursos de emendas parlamentares para entidades ligadas a congressistas, al�m de pagamento de propina para destinar verba a obras de grandes empreiteiras.
Jos� Carlos Santos, apontado como um dos integrantes da quadrilha, delatou o caso na �poca, o que motivou a abertura da CPI dos An�es do Or�amento. Ele tamb�m foi condenado a 20 anos de pris�o por mandar matar a esposa, Ana Elizabeth Lofrano, em 1992. Na mesma cela, est� Elton Ant�nio dos Santos, condenado por estupro e viol�ncia contra a mulher.
Pizzolato foi recebido nesta sexta-feira pela dire��o da Papuda e integrantes da Subsecretaria do Sistema Penitenci�rio do Distrito Federal. Ao chegar, aparentava tranquilidade e se disse cansado, justificando que n�o conseguiu dormir bem no voo para o Brasil. Ele explicou que gosta bastante de ler e escrever, e perguntou se havia uma mesa para isso - na cela, h� uma de pl�stico.
O ex-diretor procurou ainda saber se a rotina da cadeia brasileira seria semelhante � da It�lia, onde passava as manh�s fora da cela, das 8h �s 11h, e fazia cursos. Foi informado de que o banho de sol � de duas horas di�rias, � tarde, e de que h� a possibilidade de estudos � dist�ncia.
Pizzolato tamb�m poder� trabalhar na cadeia para reduzir a pena de 12 anos e sete meses de pris�o, mas, inicialmente, n�o h� nenhuma vaga dispon�vel, conforme informou o subsecret�rio do Sistema Penitenci�rio do DF, Jo�o Carlos L�ssio.
O ex-diretor ganhou tr�s mudas do uniforme da cadeia - cal�a e camiseta brancas -, e foi encaminhado em seguida para a cela 1 da "ala dos vulner�veis". Ele entregou as roupas da viagem e outros pertences pessoais, incluindo 231,27 euros. Foi informado de que poder� receber R$ 125 por semana de familiares e amigos para gastar na cantina da Papuda, que oferece refrigerantes, cigarros, minipizzas, chocolates e outros itens que n�o est�o no card�pio padr�o dos presos.
A cela de 21 metros quadrados tem tr�s beliches, al�m da mesa de pl�stico. Ao fundo, separados por uma parede, h� chuveiro el�trico e um vaso sanit�rio padr�o. � permitido o uso de TV, desde que levada por familiares ou amigos dos pr�prios presos.
Pizzolato, que j� fez exame de corpo de delito, deixar� o recinto para tomar vacinas para hepatite e t�tano. O ex-diretor poder� receber visitantes todas as sextas-feiras, das 8h �s 17h, mas, por ora, ningu�m se cadastrou para v�-lo. Ele ter� direito a 30 minutos de visita �ntima semanais, numa cela espec�fica para isso.
Cada preso pode cadastrar at� nove familiares e um amigo para as visitas. As senhas para entrar no pres�dio s�o retiradas pela internet. H� um scanner corporal na Papuda, mas o secret�rio de Justi�a do DF, Jos� Carlos Souto, explica que, devido ao grande fluxo de pessoas nas sextas-feiras, tamb�m � feita a tradicional revista para evitar a entrada de itens proibidos.
Num �ltimo apelo para evitar a extradi��o, a mulher de Pizzolato, Andrea Haas, escreveu ao ministro da Justi�a da It�lia, Andrea Orlando, na qual reclama que passaria por revistas vexat�rias na penitenci�ria.