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Estado de Minas

'N�o acho que o PSDB deva fazer o que o PT fez comigo', diz FHC

Ao mudar de ideia e publicar em vida os registros da passagem pelo Pal�cio do Planalto, o tucano revela desabafos, queixas e satisfa��es, assim como se exp�e a rea��es e desmentidos


postado em 24/10/2015 14:19 / atualizado em 24/10/2015 15:36

Quando decidiu gravar em fitas cassete seu dia a dia no poder, o presidente Fernando Henrique Cardoso, ent�o com 63 anos, planejava que as "confiss�es" s� fossem divulgadas depois de sua morte. Ao mudar de ideia e publicar em vida os registros da passagem pelo Pal�cio do Planalto, o tucano revela desabafos, queixas e satisfa��es, assim como se exp�e a rea��es e desmentidos de quem foi citado. N�o renega o que foi dito, e acaba por usar as compara��es com o Brasil de hoje para apontar erros n�o s� no governo petista, mas na oposi��o tucana. "N�o acho que o PSDB deva fazer o que o PT fez comigo", diz o ex-presidente.

Na apresenta��o do primeiro volume de Di�rios da Presid�ncia, a ser lan�ado na quinta-feira, FHC aponta alguns dos motivos que o levaram a "publicar ainda em vida informa��es que foram ditadas para depois da morte": desfrutar o prazer e os inc�modos de ver as rea��es; tra�ar paralelos entre a dificuldade de governar o Brasil em 1995 e em 2015; mostrar o "infundado de muitas aprecia��es sobre meu governo, sobretudo quanto a acusa��es que se repetem". Em entrevista ao Estado, acrescentou: "No momento que o Brasil vive, precisamos abrir o jogo e deixar mais claro como as coisas s�o. Eu n�o tenho nada a esconder".

N�o h� uma forma �nica de se ler as mais de 900 p�ginas do primeiro volume, que traz a transcri��o de 44 fitas e quase 90 horas de grava��es entre o Natal de 1994 e o fim de 1996. Pode-se ler o livro cronologicamente, ou buscar as cita��es a nomes ou temas. De um jeito ou outro, tem-se um presidente da Rep�blica registrando como gostaria que seus feitos e inten��es fossem lembrados. De certa forma, soa como ant�doto ao que Shakespeare dizia ocorrer: "O mal que os homens fazem lhes sobrevive, ao passo que o bem �, na maioria das vezes, sepultado com os seus ossos".

Sem culpa


Ao ouvir as grava��es para a edi��o do livro, com o distanciamento de quase duas d�cadas, FHC reconhece erros em suas avalia��es de momento, assim como as d�vidas e dilemas antes da tomada de decis�es. "Posso ter errado, e certamente errei na aprecia��o de pessoas, fui injusto e tudo o mais. Mas � aquilo", afirmou o tucano. "(Nas grava��es) Eu mudo de opini�o, fico na d�vida. O ser humano � complexo."

Parte dos desabafos e relatos j� renderam queixas dos citados, como o atual presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cujo nome FHC diz ter recebido do ent�o deputado Francisco Dornelles (hoje no PP-RJ) como indica��o para uma diretoria na Petrobr�s.

"Naquela altura eu mal sabia quem era Cunha. Eu s� tinha registro do que tinha acontecido no governo Itamar (Franco), que ele perdeu o lugar dele l� (a presid�ncia da Telerj, antiga estatal de telecomunica��es)", explica o ex-presidente. "N�o sei se foi o Dornelles quem pediu. Foi um grupo de deputados, encabe�ado pelo Dornelles. Pode ser que ele tenha raz�o, mas eu n�o ia inventar isso hoje. As pessoas t�m que encarar isso como fatos da vida. N�o � culpa."

Assim tamb�m podem ser vistas as queixas do ent�o presidente �s intrigas entre os auxiliares mais pr�ximos e � defesa de seu governo pelo PSDB. FHC reconhece o papel de deputados e l�deres da �poca, como Jos� An�bal, Arnaldo Madeira e A�cio Neves, mas aponta como problema a n�o ser repetido pelo partido a "falta de convic��o" dos tucanos nas vota��es.

"O que eu reclamava era o seguinte: eu sei que n�s vamos ganhar. Vai estar l�, no painel (do plen�rio) que o governo ganhou. Mas eu dizia: voc�s v�o perder a elei��o porque ningu�m est� lutando ideologicamente. O PT vai l� e diz que isso � trai��o nacional. Todo mundo fica paralisado", recorda, na entrevista sobre o livro. "Na �poca era assim: o que o PT falou, est� falado. Eu dizia que eles n�o estavam lutando para fazer uma coisa com convic��o. Est�o dando um voto sem convic��o. Eu quero voto com convic��o. Tem que brigar."

� o que se v� no PSDB de hoje, como oposi��o aguerrida � presidente Dilma Rousseff? N�o exatamente, diz o tucano. "Em certas mat�rias a oposi��o precisa pensar no Pa�s. N�o pode votar contra o fator previdenci�rio. Acho um erro do PSDB no Congresso", avalia Fernando Henrique. "A situa��o fiscal � dram�tica e alguma coisa precisa ser feita. Eles (PT e PSDB) est�o em uma competi��o, no calor da batalha. Mas n�o pode errar estrategicamente." As informa��es s�o do jornal

O Estado de S.Paulo


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