
“Cortar o Bolsa-Fam�lia significa atentar contra 50 milh�es de brasileiros que hoje t�m uma vida melhor por causa do programa”, protestou a presidente Dilma Rousseff nas redes sociais. “N�o podemos permitir que isso aconte�a. Estou certa de que o bom senso prevalecer� na destina��o de recursos para o programa”, defendeu a presidente. O relator Ricardo Barros (PP-PR) defendeu que boa parte dos benefici�rios do programa social tem emprego. E que o seu esfor�o � garantir a perman�ncia desses postos de trabalho. “Se n�o conseguirmos encontrar �reas para promover cortes, a recess�o econ�mica vai se aprofundar. Aposto que, entre os benef�cios e os empregos, governo e oposi��o esperam a manuten��o dos segundos”, justificou Barros.
A situa��o n�o � t�o simples como se parece. Nos c�lculos da equipe econ�mica, a cada R$ 1 pago no Bolsa-Fam�lia, aproximadamente R$ 1,75 retornam gra�as ao aumento da atividade econ�mica. “� inje��o na veia contra a recess�o. Se tirarmos isso, a� mesmo que a economia para de vez. O Bolsa-Fam�lia � o carro-chefe do nosso governo, � praticamente uma cl�usula p�trea”, resumiu o l�der do governo no Senado, Delc�dio Amaral (PT-MS). “Qualquer corte no programa seria parecido a uma express�o que adotamos no Mato Grosso do Sul: estamos jogando o boi com a corda dentro do rio. � invi�vel”, resumiu o petista.
At� porque, o governo federal j� mexeu demais em outros programas. A P�tria Educadora, slogan escolhido para definir o segundo mandato de Dilma, j� foi v�tima das tesouradas or�ament�rias. O Fies – programa de financiamento estudantil – distribuiu, entre janeiro e agosto de 2014, R$ 9,71 bilh�es para que estudantes pudessem cursar a universidade e pagar os empr�stimos para as mensalidades depois que j� estivessem formados. No mesmo per�odo deste ano foram disponibilizados R$ 9,103 bilh�es. O Pronatec, uma das maiores vitrines da gest�o dilmista com cursos profissionalizantes, teve uma queda ainda maior. Nos primeiros oito meses do ano eleitoral foram investidos R$ 3,27 bilh�es. Em 2015, foram R$ 2,25 bilh�es.
Lan�ado com estrondo pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva em janeiro de 2007, o Programa de Acelera��o do Crescimento despencou de R$ 47,19 bilh�es investidos entre janeiro e agosto de 2014 para R$ 30,21 bilh�es no mesmo intervalo deste ano. “Voltamos, em termos nominais, aos n�veis de investimento de 2012”, resumiu o fundador do site Contas Abertas, Gil Castelo Branco. No Minha casa, minha vida, outra iniciativa cara � presidente, as redu��es foram significativas. Em 2014, foram liberados R$ 7,63 bilh�es entre janeiro e agosto. Neste ano, apenas R$ 4,45 bilh�es.
Para Gil, o governo n�o tem outro caminho a n�o ser avan�ar nos programas sociais para garantir um reequil�brio or�ament�rio. “Como o or�amento tem praticamente 90% de seus recursos engessados e vivemos em um pa�s no qual o Congresso Nacional n�o � solid�rio, restam pouco menos de 10% das chamadas receitas discricion�rias (que incluem investimentos) para ser cortados. N�o existe m�gica a ser feita.”
L�der do PSDB no Senado, C�ssio Cunha Lima (PB) garantiu empenho da oposi��o para manter os recursos do Bolsa-Fam�lia. “Ele � fundamental para a economia do pa�s e para garantir renda aos mais necessitados. Pena que o ex-presidente Lula sempre omite que o Bolsa-Fam�lia teve sua g�nese nos programas sociais lan�ados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Lula teve o m�rito de unificar os cadastros e ampliar a base de atendimento.” C�ssio criticou o governo por chegar � situa��o de discutir cortes nos programas sociais. “Estamos pagando quase R$ 500 bilh�es de juros. Chegaremos ao ponto de uma domin�ncia fiscal, momento no qual qualquer pol�tica monet�ria ser� insuficiente para fechar as contas do pa�s.”
Amigo de Lula mostra extratos
Extratos banc�rios da conta da Transportadora S�o Fernando Ltda., que pertence � fam�lia do pecuarista Jos� Carlos Bumlai, mostram a entrada de R$ 1,5 milh�o e a transfer�ncia subsequente de R$ 300 mil e R$ 1,2 milh�o pra duas contas pessoais do amigo do ex-presidente Lula. As informa��es s�o do jornal O Estado de S. Paulo. Os registros banc�rios foram apresentados pelo pecuarista como prova de que recebeu um empr�stimo do operador de propinas ligado ao PMDB Fernando Falc�o Soares, o Fernando Baiano, para pagar despesas com seus funcion�rios. Um dos extratos mostra a entrada de R$ 1,5 milh�o em 4 de outubro de 2011. No mesmo dia, h� registrada a sa�da de um cheque de R$ 300 mil para um conta pessoal de Bumlai, que estava negativa. No dia seguinte, h� uma transfer�ncia de R$ 1,2 milh�o da conta da S�o Fernando para a outra conta do pecuarista. “Esses recursos foram utilizados para pagamentos da folha de pagamento e de outras despesas relacionadas � atividade rural da pessoa f�sica JCB”, afirmou Bumlai em entrevista ao jornal.