Bras�lia - A Receita Federal recomendou ao Minist�rio P�blico Federal que pe�a a quebra dos sigilos banc�rio e fiscal da LFT Marketing Esportivo, que tem como s�cio Lu�s Cl�udio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva. Os auditores que trabalham nas investiga��es da Opera��o Zelotes tamb�m sugerem que as mesmas medidas sejam adotadas em rela��o ao restaurante Sanfelice Com�rcio de Massa Artesanal, que est� em nome de Myriam Carvalho, filha de Gilberto Carvalho, ex-ministro e ex-chefe de gabinete de Lula.
As solicita��es, da �rea de Intelig�ncia da Receita, foram encaminhados aos procuradores da Rep�blica que atuam na for�a-tarefa da Zelotes. Cabe a eles enviar os pedidos � Justi�a Federal. A autoriza��o seria solicitada em pedido apartado dos que resultaram na nova fase da opera��o, deflagrada na segunda-feira, 26. Procurado, o Minist�rio P�blico Federal n�o se pronunciou a respeito nesta ter�a-feira.
A empresa do filho de Lula entrou no foco das investiga��es ap�s a descoberta de que recebeu repasses da Marcondes & Mautoni Empreendimentos, empresa de lobby contratada por montadoras de ve�culos para, supostamente, "comprar" medidas provis�rias nos governos de Lula e da presidente Dilma Rousseff. A quebra de sigilo da Marcondes revelou a transfer�ncia de ao menos R$ 1,5 milh�o para a LFT em 2014.
Os investigadores querem levantar outras eventuais fontes de receita da empresa de Lu�s Claudio, al�m do destino do dinheiro recebido da Marcondes & Mautoni. A suspeita � de que os repasses para a LFT tenham rela��o com a MP 627/2013, uma das tr�s normas que teriam sido encomendadas pelo setor automotivo. Por causa dos ind�cios de irregularidade, a Justi�a autorizou busca e apreens�o na sede da empresa, em S�o Paulo. No escrit�rio, tamb�m funcionam outras duas firmas de Lu�s Cl�udio (Touchdown e Cassaro).
A defesa de Lu�s Cl�udio nega irregularidades nos contratos.
Transfer�ncia
Foi a equipe da Receita que descobriu a transfer�ncia de dinheiro da Marcondes & Mautoni para a LFT. Segundo relat�rio da investiga��o, a empresa n�o tem funcion�rios, n�o fez pagamento de sal�rios ou recolheu contribui��o previdenci�ria de empregados.
Questionado pelo Estado no in�cio do m�s, o filho de Lula confirmou ter recebido R$ 2,4 milh�es da Mautoni por servi�os prestados em sua �rea de atua��o. Os recursos seriam referentes ao per�odo de 2014 e 2015.
Em 2014, 97% do que a Mautoni faturou veio de contratos com montadoras. O dinheiro que saiu da empresa em 2014, segundo relat�rios da Receita, foi para os s�cios e o filho de Lula. Os advogados da LFT informaram que, "infelizmente", n�o poderiam comentar a recomenda��o de quebra de sigilos, pois se trata de algo que desconhecem.
Os pedidos sobre o restaurante Sanfelice, em nome da filha do ex-ministro Gilberto Carvalho, seguem a mesma l�gica. Os investigadores querem saber se o petista usou a empresa em nome da filha para receber dinheiro da Marcondes & Mautoni.
Documentos apreendidos em fases anteriores da Zelotes mostram o nome do ex-chefe de gabinete de Lula associado a inscri��es sobre a MP 471, de 2009, editada pelo ent�o presidente. Para os investigadores, havia um "conluio" entre ele e a consultoria na defesa de "interesses do setor automobil�stico".
Segundo dados p�blicos da Receita, o restaurante foi aberto em 25 de maio de 2011, em Bras�lia, com capital de R$ 20 mil, e tem como s�cios Myriam e Gabriel de Albuquerque Carvalho. A cantina vende massas congeladas para preparo em casa e chegou a ter uma filial, funcionando como restaurante, fechada recentemente.
A reportagem n�o conseguiu contato ontem com Carvalho ou com os s�cios do restaurante. O ex-ministro nega conluio com os investigados e sustenta nunca ter feito gest�es a respeito no governo ou recebido valores do grupo.