S�o Paulo e Curitiba, 29 - O ex-gerente de Engenharia da Petrobras Pedro Barusco confirmou nesta quinta-feira, 29, � Justi�a Federal, em Curitiba, que os cinco estaleiros contratados para constru��o de 28 navios-sonda, em 2011, acertaram o pagamento de 1% de propina para o PT e para executivos da estatal e da empresa Sete Brasil. Ele foi interrogado como r�u no processo contra o presidente da Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos do grupo por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.
"Tinha muita gente pagando e muita gente recebendo. Era uma coisa bastante complexa esse financeiro", afirmou Barusco - delator da Opera��o Lava Jato - na manh� desta quinta. O ex-gerente, que era uma esp�cie de contador da propina arrecadada na �rea de Servi�os, controlada pelo PT, disse que todos os cinco estaleiros, incluindo o da Odebrecht (Enseada Paragua�u), contratados para projeto de 28 plataformas fecharam o pagamento de 1%.
Eram cinco estaleiros que ganharam todas as encomendas das plataformas, um pacote de US$ 22 bilh�es, que envolveu ainda a empresa Sete Brasil, criada pela Petrobras com bancos privados e fundos de pens�o.
"Ent�o estava combinada uma propina de 1%." Barusco voltou a contar que esses valores seriam divididos em tr�s partes: uma para o partido, outra para a "Casa 1" (refer�ncia a executivos da Petrobras, Renato Duque e Roberto Gon�alves, e a "Casa 2" (supostamente executivos da Sete Brasil, entre eles os delatores Jo�o Carlos Ferraz, ex-presidente da empresa, e Eduardo Musa, ex-diretor).
"Foi feita uma divis�o de quem pagaria para quem, de acordo com os procedimentos", explicou Barusco ao ser questionado por Moro. "Porque dois ter�os ficaram para o partido e um ter�o ficou para as duas Casas."
O delator contou que ele, o ex-diretor de Servi�os Renato Duque e o ex-tesoureiro do PT Jo�o Vaccari Neto combinaram a seguinte divis�o de pagamentos. "O Keppel (Fels, estaleiro) paga uma parte para o partido at� R$ 4 milh�es e meio, depois paga Casa 1 e 2. O Enseada do Paragua�u, o Atl�ntico Sul e o da Engevix pagam para o partido e o Jurong paga integralmente para as Casa 1 e 2."
Propina nos navios-sonda � foco de outra apura��o, mas foi citada no interrogat�rio por uma das defesas. Barusco confirmou saber dos acertos entre o cartel e o recebimento de propina no esquema. Ele apontou Rog�rio Ara�jo, ex-executivo da Odebrecht preso pela Lava Jato, como um dos respons�veis pelo acerto do pagamento do 1% de propina pelos contratos.
O juiz da Lava Jato quis saber ent�o do delator se o executivo fazia refer�ncias aos seus superiores para atuar nesses esquemas. Barusco respondeu 'sim'.
"No caso que o sr conversou com o sr Rog�rio Araujo, ele disse que tinha que consultar os superiores?", perguntou Moro.
"Isso ele sempre falava."
DEFESA - ENSEADA IND�STRIA NAVAL S.A:
"A Enseada Ind�stria Naval S.A. nunca participou de oferecimento ou pagamento de propina em contratos com qualquer cliente p�blico ou privado, o que obviamente inclui a Sete Brasil. A empresa reafirma que todos os seus contratos foram celebrados na mais estrita conformidade com a lei."