O ex-vice-presidente institucional da Brasken e ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar confirmou em depoimento ao juiz S�rgio Moro nesta quinta-feira, 29, que mantinha reuni�es "institucionais" com o ex-deputado Jos� Janene (ex-PP, morto em 2010), o ex-diretor Paulo da Petrobras Roberto Costa e at� com o doleiro Alberto Youssef para tratar de neg�cios da Braskem com a estatal e tamb�m tratar de "cen�rio pol�tico".
As reuni�es com o ex-deputado e o ex-diretor para tratar de neg�cios do setor Petroqu�mico na Petrobras come�aram em 2005, segundo o executivo. A partir da�, revelou ao juiz, acabou se desenvolvendo um relacionamento pol�tico entre Alexandrino, o ex-parlamentar e o doleiro Alberto Youssef, para tratar de doa��es das empresas do grupo Odebrecht a pol�ticos e tamb�m de "cen�rios pol�tico", segundo afirmou ao juiz da Lava Jato.
O executivo, que deixou a Odebrecht ap�s ser preso na 14ª fase da Lava Jato, em junho deste ano, contou que come�ou a manter contatos com Janene, apontado como mentor do esquema de loteamento pol�tico na Petrobras, por volta de 2003. Na �poca vice-presidente da petroqu�mica Braskem, Alexandrino explicou que o contato com o parlamentar, ent�o presidente da comiss�o de Minas e Energia da C�mara, era para pedir apoio dos parlamentares" na estrutura��o e no pr�prio entendimento da C�mara sobre a empresa", disse.
Na �poca, a Braskem tinha acabado de ser criada, em 2002, a partir da uni�o de v�rias petroqu�micas e sob o controle da Odebrecht. Al�m de conscientizar os parlamentares sobre a import�ncia do mercado petroqu�mico, Alexandrino buscou apoio de Janene para negociar os pre�os da nafta, derivado do petr�leo usado na ind�stria petroqu�mica, comercializada pela Petrobras, que monopoliza o mercado do produto.
A partir deste contato, segundo Alexandrino, Janene se "sensibiliza" e marca uma reuni�o com o ent�o diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para discutir sobre os pre�os da nafta. Os contratos de fornecimento de nafta para a Braskem s�o uma das frentes de acusa��o da Lava Jato contra a Odebrecht. Segundo o Minist�rio P�blico, teria havido pagamento de propina a Paulo Roberto Costa para reduzir os pre�os do produto. Em seu depoimento, Alexandrino negou qualquer envolvimento com propinas
Pol�tico
A partir de 2007, Alexandrino deixa a Braskem e vai atuar na Odebrecht como diretor institucional e, segundo ele, mant�m o contato pol�tico com Janene, na �poca assessorado pelo doleiro Alberto Youssef e por Jo�o Cl�udio Gen�. Questionado pelo juiz sobre como seriam estes contatos, o executivo responde. "Ligados a doa��es de campanhas e ao pr�prio relacionamento pol�tico, de ver a estrutura do partido progressista do qual ele era (Janene) l�der", relata Alexandrino.
Youssef e Jo�o Cl�udio Gen�, segundo Alexandrino, tamb�m participavam dos encontros como "assessores" de Janene e, ap�s a morte dele, em 2010, Alexandrino disse que manteve contato com o doleiro para discutir sobre "cen�rios pol�ticos, uma coisa que fazia com o pr�prio Janene. Ele (Youssef) tinha tamb�m uma locadora de ve�culos e uma ag�ncia de turismo e ele queria oferecer esses servi�os para a Odebrecht, mas nunca conseguiu", disse.
R�u na Lava Jato, Alexandrino deixou a pris�o em outubro deste ano ap�s conseguir um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal.