
A defesa do fazendeiro Norberto M�nica, condenado na noite desta sexta-feira em Belo Horizonte, vai pedir a anula��o do juri. O pedido ser� com base na forma como foi conduzida a dela��o premiada do empres�rio cerealista Hugo Alves Pimenta, que em seu depoimento apontou M�nica como a pessoa que mandou assassinar tr�s fiscais do trabalho e um motorista em 2004 na cidade do Noroeste mineiro. Durante os debates, a estrat�gia dos advogados foi desqualificar a dela��o de Hugo Pimenta, que foi chamado de psicopata.
Depois de o Minist�rio P�blico relembrar as acusa��es pela manh�, a defesa de M�nica falou nesta tarde aos jurados. A principal estrat�gia foi de desqualificar a dela��o de Hugo Pimenta. Segundo o advogado de M�nica, a dela��o acordada com a Justi�a em 2007 n�o cumpriu o rito previsto em lei. M�nica alega ser inocente e que o mandante do crime foi Hugo Pimenta.
Entre os argumentos, a defesa disse que Pimenta j� matou por muito menos e queria implicar os irm�os M�nica (Al�m de Norberto, o irm�o Ant�rio � acusado do crime). Houve bate boca entre defesa e acusa��o. A defesa do fazendeiro alega que o cliente n�o amea�ou o fiscal Nelson Jos� da Silva e que amea�a � um sentimento pessoal, uma interpreta��o do fiscal.
R�u confesso
Assim como a defesa de Manica, o advogado Cleber Lopes, que representa o empres�rio Jos� Alberto de Castro, diz que a dela��o de Hugo Pimenta � um simulacro. "Ele se coloca como mero espectador, mera testemunha. Como se sua conduta nao tivesse efeito causal", afirma. A defesa acrescenta que dela��o n�o � prova. “Ningu�m pode ser condenado com base em dela��o premiada, conforme decis�o do Supremo Tribunal Federal”, disse.
Para tentar reduzir a pena de seu cliente Jos� Alberto, r�u confesso, o advogado pede a condena��o dele apenas pela morte do fiscal Nelson. Ele diz que n�o sabia que outas tr�s pessoas seriam executadas, j� que n�o planejou o crime. Apenas apresentou Hugo ao intermedi�rio da contrata��o dos pistoleiro, Francisco Pinheiro.
A chacina aconteceu em 28 de janeiro de 2004. Os auditores fiscais Erast�tenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva e o motorista Ailton Oliveira foram mortos a tiros quando faziam fiscaliza��o de rotina na zona rural de Una�.
A Pol�cia Federal pediu o indiciamento de nove pessoas por homic�dio triplamente qualificado: os irm�os Ant�rio e Norberto M�nica, os empres�rios Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro, al�m de Erinaldo de Vasconcelos Silva e Rog�rio Alan Rocha Rios, apontados como autores do crime, Willian Gomes de Miranda, suposto motorista da dupla de assassinos, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar os registros da passagem dos pistoleiros pela cidade. (Com informa��es de Maria Clara Prates).