
O presidente da maior empreiteira do Pa�s, Marcelo Bahia Odebrecht, negou, nesta sexta-feira, envolvimento com o esquema de corrup��o e cartel que se instalou na Petrobras entre 2004 e 2014, tentou afastar acusa��es de que tinha papel atuante na ger�ncia do grupo, explicou n�o haver il�citos no conte�do das suas trocas de mensagens e anota��es destacadas na a��o e classificou de "inconsistente e absurda" a acusa��o da Procuradoria da Rep�blica de que teria feito parte de cartel.
Preso desde 19 de junho, quando a Pol�cia Federal deflagrou a Opera��o Erga Omnes - desdobramento da Lava-Jato -, Odebrecht foi interrogado hoje pelo juiz federal S�rgio Moro, que conduz as a��es penais da Opera��o Lava Jato, como r�u em processo por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.
Em nota, a Odebrecht informou que Marcelo Odebrecht "lamentou a pris�o absolutamente ilegal imposta a ele h� mais de 130 dias. N�o h� fundamento subsistente para impor essa medida extrema de restri��o de liberdade".
Em declara��es entregues por escrito ao juiz e depois em interrogat�rio com o juiz, Odebrecht questionou ponto a ponto as acusa��es da for�a-tarefa da Lava-Jato. Questionado sobre o cartel, do qual participaria sua empresa, ele negou.
"Nunca ouvi falar, nem soube desse tipo de atua��o de qualquer empresa do Grupo. Al�m disso, n�o me parece sequer fazer sentido essa afirma��o, considerando que a Petrobras convida participantes de suas licita��es que s�o previamente cadastrados, pr�-qualificados e define pre�os", respondeu em declara��es que sua defesa apresentou ao ju�zo, antes dos questionamentos. "A alega��o da exist�ncia de ind�cios de cartel com participa��o da Odebrecht se mostra, portanto, absolutamente inconsistente e absurda."
Odebrecht em seu roteiro de perguntas e respostas apresentado pela defesa no processo, antes do interrogat�rio, atacou a interpreta��o do Minist�rio P�blico Federal de anota��es que sugeririam seu conhecimento e controle de contas secretas da empreiteira fora do Pa�s.
"Concluir, a partir dessas notas, que eu teria 'manifesto' conhecimento, controle e gest�o sobre opera��o de lavagem de dinheiro �, no m�nimo, um absurdo, ainda mais quando se verifica que as provas produzidas no processo n�o autorizam, nem de perto, essa disparatada conclus�o."
Ilegal
Marcelo Odebrecht afirmou � Justi�a Federal que a for�a-tarefa da Opera��o Lava-Jato 'distorceu fatos' com o objetivo "ilegal" e "cruel" de sujeit�-lo � pris�o preventiva. "Trata-se de uma iniciativa n�o apenas ilegal, como cruel, apenas para me sujeitar a pedido de pris�o preventiva", afirmou Odebrecht em defesa escrita entregue ao juiz federal S�rgio Moro - que conduz os processos da Lava jato - antes de ser interrogado.
O interrogat�rio de Odebrecht, o mais esperado at� aqui na Lava Jato dentro do rol de acusados do n�cleo empresarial, marca a fase final da a��o penal envolvendo ele e outros cinco executivos do grupo - que tamb�m negaram rela��o com o esquema, em depoimentos prestados nesta sexta-feira e na quinta. "Importante esclarecer desde logo que nunca cogitei interferir em investiga��es", afirmou ele em manifesta��o escrita ao juiz. Em uma sequ�ncia de 60 perguntas e respostas, o presidente da empreiteira tenta rebater argumentos da acusa��o do Minist�rio P�blico Federal, que justificaram o decreto de pris�o preventiva.