
A nova den�ncia da Procuradoria da Rep�blica contra o alto escal�o da Odebrecht, levada � Justi�a Federal na sexta-feira tra�a uma radiografia do presidente da maior empreiteira do Pa�s, Marcelo Bahia Odebrecht. Nesta segunda-feira, ele completa 120 dias na pris�o, em Curitiba, base da Opera��o Lava-Jato que desmantelou esquema de corrup��o na Petrobras.
Amparados em e-mails e documentos apreendidos pela Pol�cia Federal,os procuradores afirmam que Marcelo Odebrecht atuava em contato direto com os 21 bra�os do grupo. O juiz Sergio Moro, da 13ª Federal em Curitiba, aceitou na tarde desta segunda-feira a den�ncia do MPF contra o empreiteiro Marcelo Odebrecht e mais cinco investigados na Opera��o Lava Jato, entre eles os ex-diretores da Petrobras Renato Duque e Pedro Barusco. Na mesma decis�o, o juiz decretou nova pris�o preventiva de Odebrecht, que j� est� preso em Curitiba desde junho.
Al�m de decretar nova pris�o preventiva do presidente da maior empreiteira do Pa�s, Moro determinou o mesmo nesta segunda-feira para dois executivos ligados ao grupo, Rog�rio Ara�jo e Marcio Faria. Os empres�rios est�o presos deste o dia 19 de junho na deflagra��o da Opera��o Erga Omnes, a 14ª fase da Lava Jato. A decis�o de hoje � a segunda ordem de pris�o contra os executivos, desta vez acusados de pagamento de R$ 137 milh�es em propinas em oito contratos da Petrobras, entre 2004 e 2011.
"Das provas angariadas durante as investiga��es, verifica-se que Marcelo Odebrecht consiste em l�der bastante ativo no que respeita �s empresas do grupo, gerindo-as e tra�ando estrat�gias - l�citas e il�citas - para consecu��o dos objetivos propostos no cen�rio nacional e internacional. Forte atua��o de Marcelo pode ser observada n�o apenas no per�odo anterior � deflagra��o da Opera��o Lava-Jato, mas tamb�m quando a empresa passou a ser alvo de investiga��es", afirma a den�ncia, subscrita por 11 procuradores.
O empreiteiro foi preso na Opera��o Erga Omnes, desdobramento da Lava Jato, na manh� de 19 de junho. Na ocasi�o, tamb�m foram detidos outros executivos da c�pula da Odebrecht. Todos respondem a uma a��o penal na Justi�a Federal, no Paran�, por corrup��o, lavagem de dinheiro e organiza��o criminosa.
Na sexta-feira, o Supremo Tribunal Federal concedeu habeas corpus a Alexandrino Alencar, um dos executivos do grupo, mediante condi��es, como entrega de passaporte.
Menos de 24 horas depois da decis�o da Corte m�xima, a for�a-tarefa do Minist�rio P�blico Federal entregou � Justi�a Federal no Paran� a nova den�ncia criminal contra Marcelo Odebrecht. Os procuradores atribuem ao empres�rio e aos executivos suposto pagamento de R$ 137 milh�es em propinas em oito contratos com a Petrobras, entre 2004 e 2011.
A for�a-tarefa imputa a Odebrecht e a outros cinco investigados a pr�tica de 64 crimes. Os procuradores da Rep�blica que subscrevem a den�ncia pedem que seja decretado o perdimento "do proveito e produto dos crimes", em valor m�nimo de cerca de R$ 137 milh�es, al�m do pagamento de danos m�nimos de R$ 275 milh�es em favor da estatal referentes aos oito contratos.
Um documento encontrado pela PF na sede da Odebrecht �leo e G�s indica, para a for�a-tarefa da Lava Jato, "n�o apenas o papel de ger�ncia por ele (Marcelo Odebrecht) desempenhado quanto �s atividades e obras das principais empresas do grupo, mas tamb�m seu envolvimento no esquema delituoso que se erigiu no seio e em desfavor da Petrobras". A Odebrecht � uma das empreiteiras que teria feito parte do "clube vip" de empresas que formaram cartel e se apossaram de contratos bilion�rios da estatal entre 2004 e 2014.
"Em uma anota��o manual de reuni�o do Conselho de Administra��o da empresa ("Reuni�o do CA/OOG"), datada de 20 de agosto de 2008, na qual foi discutida a constru��o de sondas, h� men��o ao fato de que "Marcelo quer ajudar no projeto de subsea via infl. pol�tica".
Em outra s�rie de e-mails apreendida, relacionada pelos investigadores da Policia Federal em laudo, h� uma conversa entre Marcelo Odebrecht e outros diretores do grupo. Para o Minist�rio P�blico Federal, no di�logo de 17 de junho de 2010, ficou "evidenciada a pr�tica de delitos de corrup��o", da Odebrecht, "com promessas de pagamentos de propinas ('rebate') em contrata��es p�blicas".
H� seis anos, o executivo lidera as mais de duas dezenas de empresas da holding Odebrecht, afirma o Minist�rio P�blico Federal, com base em dados da Receita. At� mar�o de 2009, ele era presidente da Odebrecht Plantas Industriais e Participa��es.
A Organiza��o Odebrecht foi criada por Norberto Odebrecht, av� de Marcelo Odebrecht. O atual presidente do grupo assumiu a frente dos neg�cios depois de seu pai, Em�lio Odebrecht. "Assim, como bastante frisa a empresa em seu material institucional, trata-se de uma "empresa familiar", cuja gest�o se concentra nos membros da fam�lia, tanto a parte l�cita, quanto, no caso de Marcelo Odebrecht, a parte il�cita", aponta o documento da Procuradoria.
Defesa
"A defesa do executivo da Odebrecht se pronunciar� na Justi�a quando e se necess�rio. Chama a aten��o, no entanto, que essa den�ncia tenha sido oferecida horas ap�s o Supremo Tribunal Federal conceder habeas corpus a um dos ex-executivos da empresa", diz a empresa em nota.