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Estado de Minas

Ant�rio M�nica disse que seu envolvimento na Chacina de Una� � "equ�voco do MP"

O ex-prefeito de Una� est� sendo interrogado nesta tarde de quinta-feira. A previs�o � que o julgamento ser� encerrado hoje


postado em 05/11/2015 15:40 / atualizado em 05/11/2015 16:50

Antério Mânica é acusado de ter participado do assassinato de quatro pessoas(foto: Maria Clara Prates/EM/D.A Press)
Ant�rio M�nica � acusado de ter participado do assassinato de quatro pessoas (foto: Maria Clara Prates/EM/D.A Press)


Acusado de participar da Chacina de Una�, o ex-prefeito de Una� Ant�rio M�nica disse que o envolvimento dele no crime "� um grande equ�voco do Minist�rio P�blico" diz, ao ser interrogado durante julgamento, previsto para terminar nesta quinta-feira. Ant�rio � irm�o do fazendeiro Norberto M�nica, conhecido na cidade do Noroeste mineiro como o 'Rei do Feij�o'. O fazendeiro foi condenado na �ltima sexta-feira (31/10) a 100 anos de pris�o, ao ser considerado o mandante do assassinato a tiros de tr�s fiscais e um motorista do Minist�rio do Trabalho e Emprego.

"N�o tenho nada com esse crime. Norberto n�o � Ant�rio. Norberto � meu irm�o. Os Manicas s�o cinco produtores rurais com fazenda distintas", afirmou. Ant�rio diz, com voz de choro, que nunca esteve no posto ap�s o crime. "N�o era eu. N�o tem um telefonema pra mim antes ou depois do crime", afirmou.

Segundo Ant�rio, as multas aplicadas contra ele pelos fiscais eram relativamente baixas: R$ 21 mil, quitadas entre 2000 e 2004. "Tenho devedores que me deram preju�zos muitos maiores com devedores. Mandar matar n�o � o caminho. Sem d�vida esse crime � uma barb�rie", refor�ou. Ele negou que tivesse "tremedeira" ao ver os fiscais do Trabalho. "Tremedeira � uma forma de dizer. Insatisfa��o, n�o! At� porque a fiscaliza��o era rigorosa", justificou.

O ex-prefeito afirmou ter ligado para a Subdelegacia do Trabalho depois das mortes apenas em busca de informa��o. Ele tamb�m falou sobre sua trajet�ria pol�tica e contou ter sido candidato a deputado federal em 1998, a prefeito em 2000 e 2004, quando foi eleito. "Pol�tica se faz todo dia", disse. Ant�rio negou que, durante a campanha pol�tica, teria amea�ado seu oponente com a frase: "bala que mata fiscal tamb�m mata candidato a prefeito". "Nunca existiu isso. N�o � meu perfil", afirmou.

Segundo ele, a acusa��o de assassinato n�o atrapalhou sua campanha pol�tica, quando foi eleito com 71% dos votos. "Una� me conhece. Tenho 30 anos na cidade que sabe da minha conduta. As pessoas n�o admitiam que eu fizesse uma coisa dessas". Ant�rio afirmou nunca ter brigado com o irm�o Norberto, que se mudou para o Mato Grosso, depois de se separar da mulher e brigar com os filhos.

Ant�rio arrancou risadas da plateia quando negou que o cerealista Hugo Pimenta, que asisnou acordo de dela��o, tivesse feito sinal de positivo para ele depois de prestar depoimento ontem. "Acho que isso pode ser para a procuradora que tomou o depoimento dele de dela��o”, disse. O clima ficou tenso e houve bate-boca entre Mirian Lima e o fazendeiro, exigindo a interven��o do juiz. "O senhor me respeita", disse a procuradora. "A senhora me respeita tamb�m", rebateu Ant�rio.

O fazendeiro confirmou que em 2007 foi procurado pela mulher de Humberto Ribeiro dos Santos, cujo processo prescreveu, para lhe pedir dinheiro. Ele negou, mas saiu com essa: "pensei que foi a procuradora que a mandou l� para fazer prova. A mulher do Humberto foi � prefeitura mandada por algu�m", garantiu.

 

Pela manh�, foram apresentados v�deos do depoimento de Norberto M�nica, na Pol�cia Federal, logo ap�s os assassinatos. Tamb�m foram apresentadas grava��es de conversas de Norberto e Ant�rio M�nica, por telefone, com funcion�rios das fazendas. O registro das conversas dos dois irm�os revela o alerta deles para a presen�a de fiscais do trabalho na regi�o. Ant�rio e Norberto pedem nestas liga��es para os funcion�rios "se precaverem". O objetivo da acusa��o � mostrar que a fam�lia rastreava as movimenta��es de fiscais na regi�o.

Entenda o caso

A Chacina de Una� aconteceu em 28 de janeiro de 2004 e repercutiu mundialmente. Os auditores fiscais do Trabalho Erast�tenes de Almeida Gon�alves, Jo�o Batista Soares Lage e Nelson Jos� da Silva e o motorista Ailton Pereira de Oliveira foram mortos a tiros enquanto faziam uma fiscaliza��o de rotina na zona rural de Una�.

A Pol�cia Federal (PF) pediu o indiciamento de nove pessoas por homic�dio triplamente qualificado: os fazendeiros e irm�os Ant�rio e Norberto M�nica, os empres�rios Hugo Alves Pimenta, Jos� Alberto de Castro e Francisco Elder Pinheiro, al�m de Erinaldo de Vasconcelos Silva e Rog�rio Alan Rocha Rios, apontados como autores do crime, Willian Gomes de Miranda, suposto motorista da dupla de assassinos, e Humberto Ribeiro dos Santos, acusado de ajudar a apagar os registros da passagem dos pistoleiros pela cidade.

Um dos r�us, o empres�rio Francisco Elder, morreu no �ltimo dia 7, aos 77 anos. Apesar do crime ter sido cometido em 2004, os tr�s primeiros respons�veis pela chacina de Una� s� foram condenados em agosto de 2013. Erinaldo de Vasconcelos Silva recebeu pena de 76 anos e 20 dias por tr�s homic�dios triplamente qualificados e por forma��o de quadrilha, Rog�rio Alan Rocha Rios a 94 anos de pris�o pelos mesmos crimes e William Gomes de Miranda a 56 anos de reclus�o por homic�dio triplamente qualificado.


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