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Estado de Minas

Parte do dinheiro no exterior � fruto de venda de carne enlatada, diz Cunha


postado em 05/11/2015 22:01

S�o Paulo, 05 - Acusado pela Procuradoria Geral da Rep�blica de ter recebido pelo menos US$ 5 milh�es em propina do esquema de corrup��o na Petrobras, o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), vai alegar em sua defesa no Conselho de �tica da Casa que desconhecia a origem do dep�sito de 1,3 milh�o de francos su��os feitos em 2011 em um fundo do deputado na Su��a e que todo o dinheiro que tem fora do Pa�s � fruto de venda de carne enlatada para a �frica e de opera��es no mercado financeiro.

Ele dir�, pelo que apurou a reportagem, que "n�o reconhece" como seu o montante depositado "� sua revelia" em 2011 pelo lobista Jo�o Henriques, que era ligado ao PMDB e foi preso na Opera��o Lava Jato.

O deputado suspeita, por�m, que o dep�sito seria o pagamento de um empr�stimo feito por ele ao ex-deputado Fernando Diniz, do PMDB, que morreu em 2009.

Em depoimento � Pol�cia Federal, Henriques disse que enviou o dinheiro a pedido do economista Felipe Diniz, filho do ex-deputado, e que n�o sabia quem era o benefici�rio.

Em 2007, primeiro ano do segundo mandato de Luiz In�cio Lula da Silva, Cunha e Diniz eram muito amigos e integravam o n�cleo duro do PMDB na C�mara. Nesse per�odo, Diniz teria perdido muito dinheiro em neg�cios fora do Pa�s e por isso pediu ajuda. Cunha fez ent�o um empr�stimo de US$ 1,5 milh�o para o colega. A d�vida teria, segundo o deputado, "morrido junto com Diniz".

Mascate

A principal linha de defesa de Cunha ser� que ele nunca recebeu dinheiro p�blico. O deputado reconhecer�, entretanto, que n�o declarou todos os seus recursos. A estrat�gia de sua defesa consistir� em afirmar que todo o recurso no exterior � fruto de atividade de com�rcio exterior e opera��es financeiras feitas nos anos 80.

Antes de entrar na vida p�blica no come�o dos ano 90, quando assumiu o comando da Telerj, Cunha descobriu um fil�o de mercado: a venda de carne enlatada em consigna��o para pa�ses africanos. Como o neg�cio cresceu, ele decidiu, segundo sua defesa, abrir uma conta fora do Brasil.

Al�m da atividade de "mascate", o deputado afirma que amealhou a parte maior do seu patrim�nio no mercado de capitais com "opera��es de intelig�ncia" que sempre teve "m�o boa" para negociar ativos.

Para escapar da cassa��o de seu mandato no Conselho de �tica da C�mara por falta de decoro parlamentar por ter supostamente mentido durante depoimento na CPI da Petrobras em mar�o, quando afirmou que n�o tinha recursos depositados naquele pa�s ou em algum para�so fiscal, o presidente da C�mara afirmar� que possui dois Trust, e n�o contas correntes na Su��a.

O Trust consiste na entrega de um bem ou um valor a uma institui��o (fiduci�rio) para que seja administrado em favor do depositante ou de outra pessoa por ele indicada (benefici�rio). Estas estruturas � usada para proteger o patrim�nio de seus benefici�rios contra problemas em seus pa�ses de origem.

O deputado abriu dois fundos dessa modalidade. Um deles foi montado em 2008 pensando em neg�cios futuros. A ideia era montar uma estrutura para trabalhar no mercado internacional depois que ele deixasse a pol�tica.

A reportagem apurou que, segundo Cunha, isso ficou parado de 2008 at� 2014, "com US$ 200 ou US$ 1000 d�lares". O outro fundo era usado para as despesas da fam�lia.

O deputado afirma que n�o houve dep�sito, s� sa�da e rendimento de aplica��es.

Benin

O deputado nega que os recursos atribu�dos a ele tenham circulados por ao menos 23 contas banc�rias em 4 pa�ses como forma de ocultar a origem, como indica a investiga��o feita pelo Minist�rio P�blico da Su��a.

Segundo o �rg�o do pa�s europeu, os ativos transitaram por bancos em Cingapura, Su��a, Estados Unidos e Benin. Como prova de que estaria falando a verdade, o deputado se diz disposto a mostrar todos passaportes para provar que nunca esteve no Benin.

O presidente da C�mara tamb�m nega que seus familiares tenham gastado US$ 59,7 mil com cursos de t�nis em uma academia dos Estados Unidos. O dinheiro teria, na verdade, sido usado para pagar a escola e alojamento de um dos seus filhos no pa�s.


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