Bras�lia, 07 - Mesmo com dificuldades em aprovar as principais propostas de austeridade nas contas p�blicas, o governo tenta montar um card�pio de medidas para a fase do p�s-ajuste fiscal e deve ressuscitar o Conselho de Desenvolvimento Econ�mico e Social, abandonado no segundo mandato da presidente Dilma Rousseff.
Em reuni�o realizada ontem, 6, com Dilma e ministros, no Pal�cio da Alvorada, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva cobrou a��es mais r�pidas do governo para mostrar que tem capacidade de reagir � crise.
�A gente precisa dar um sinal de que est� governando o Pa�s�, disse Lula, segundo relato de um participante do encontro. �N�o podemos mais ficar na mesmice do econom�s�, acrescentou, insistindo na necessidade de Dilma reconstruir a base aliada no Congresso, viajar mais pelo Pa�s e �vender� esperan�a para recuperar popularidade.
A ideia de retomar os debates no Conselho de Desenvolvimento Econ�mico e Social, abrigado na Casa Civil, ganhou for�a a partir da constata��o de que aquele f�rum, criado no primeiro mandato de Lula, pode produzir sugest�es de impacto para uma agenda positiva. Batizado de Conselh�o, o colegiado � formado por representantes do governo, dos trabalhadores e dos empres�rios, mas nunca mais se reuniu.
Lula ainda insiste na libera��o de mais cr�dito, por parte dos bancos p�blicos, para a retomada do crescimento. A medida sofre resist�ncias por parte da equipe econ�mica, mas Dilma j� come�a a admitir que � preciso reativar, de forma gradual, o consumo das fam�lias.
Antes do encontro no Alvorada, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, telefonou para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na tentativa de evitar novos ru�dos com o aliado peemedebista e pedir ajuda para a aprova��o do balan�o cont�bil de 2014 do governo, rejeitado pelo Tribunal de Contas da Uni�o (TCU). Wagner tamb�m conversou com o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pode dar sequ�ncia ao pedido de impeachment contra Dilma.
Renan queria adiar a an�lise das contas por 45 dias, mas Dilma abriu m�o do prazo, confiante em virar o ano sem a amea�a do impedimento batendo � sua porta. Foi convencida a enviar logo as explica��es para as chamadas �pedaladas fiscais� - manobras cont�beis feitas com o objetivo de esconder determinados gastos - pela presidente da Comiss�o Mista de Or�amento, Rose de Freitas (PMDB-ES).
O problema � que Renan n�o gostou da articula��o feita pelo Pal�cio do Planalto diretamente com Rose, uma senadora que n�o � do seu c�rculo pol�tico. Na outra ponta, Cunha se queixou da aproxima��o de Dilma com o l�der do PMDB na C�mara, Leonardo Picciani (RJ), considerado o candidato do governo para a sucess�o na C�mara.
Diante do mal-estar, Lula pediu a Wagner, ent�o, que apagasse o novo foco de inc�ndio nas fileiras do PMDB. Ao antecipar o envio de sua defesa ao Senado, Dilma quis indicar que n�o tem nada a temer e est� certa da derrubada do parecer do TCU pelo Senado. Na reuni�o de ontem, por�m, o ex-presidente mostrou preocupa��o com o clima de beliger�ncia no Congresso, principalmente na C�mara comandada por Cunha.
Na quarta-feira, 4, o governo foi obrigado a fazer acordo na C�mara para adiar a vota��o do projeto de lei que trata da repatria��o de recursos mantidos ilegalmente no exterior, ap�s avaliar que, se insistisse no assunto naquele dia, sofreria uma derrota. A proposta, agora, ser� levada a plen�rio na pr�xima ter�a-feira.
No diagn�stico de Lula, apesar da agenda negativa provocada pelo ajuste fiscal e pelas investiga��es da Pol�cia Federal, que cada vez mais o atingem, a coordena��o pol�tica do Pal�cio do Planalto tem tudo para acertar o passo. �N�s n�o podemos mais errar�, tem repetido o ex-presidente, em todas as reuni�es com ministros e deputados do PT. Wagner e outros dois ministros, Ricardo Berzoini, da Secretaria de Governo, e Edinho Silva, da Comunica��o Social, s�o homens da confian�a de Lula no Planalto. As informa��es s�o do jornal
O Estado de S. Paulo.