
O relator no Conselho de �tica do processo que pode levar � cassa��o do presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), por quebra de decoro parlamentar, deputado Fausto Pinato (PRB-SP), afirmou nessa segunda-feira (9) que deve antecipar a apresenta��o do relat�rio preliminar pela admissibilidade ou n�o do processo. O prazo oficial termina no dia 19 de novembro.
"Talvez, se eu conseguir terminar, entregue o parecer no come�o da semana que vem. Ou quem sabe, at� o fim desta semana", afirmou Pinato. O relator disse que dever� se reunir nesta ter�a-feira, 10, com o presidente do Conselho de �tica, deputado Jos� Carlos Ara�jo (PSD-BA), para conversar sobre os prazos. Caso o deputado do PRB conclua o documento antes, a ideia � antecipar a sess�o do colegiado para apresenta��o oficial do relat�rio, marcada por Ara�jo para o pr�ximo dia 24.
Pinato, por�m, evitou mais uma vez antecipar sua avalia��o, para n�o ser acusado por Cunha de suspei��o. "A sociedade cobra uma resposta, mas n�o podemos vacilar com nenhuma quest�o jur�dica." O parlamentar afirmou que nenhum emiss�rio do presidente da C�mara o procurou at� agora, nem realizou qualquer tipo de press�o contra ele. "A maior press�o tem sido da imprensa."
Aliados de Cunha preparam uma s�rie de medidas protelat�rias para atrasar o processo de cassa��o dele no Conselho de �tica da Casa. A ideia � usar todos os artif�cios poss�veis para garantir os votos necess�rios em favor da absolvi��o do peemedebista no plen�rio. Um deputado pr�ximo a Cunha chegou a afirmar que o tr�mite do processo pode se arrastar por at� dois anos, bastando que os aliados do presidente da C�mara assim o queiram.
O movimento de Pinato, contudo, coincide com a avalia��o na Casa de que Cunha tem perdido apoio pol�tico e que a apresenta��o dos termos de sua defesa na semana passada n�o foi suficiente para convencer os deputados de sua inoc�ncia.
Ontem, o l�der da minoria na C�mara, Bruno Ara�jo (PSDB-PE), disse que a situa��o de Cunha no comando da Casa se torna "cada vez mais dif�cil" ap�s a admiss�o de que o peemedebista � benefici�rio de recursos que estavam na Su��a. Na sua avalia��o, as explica��es dele n�o convenceram a sociedade, principalmente porque a explica��o jur�dica n�o deixa claro a titularidade dos recursos ocultos no exterior.
"Do ponto de vista pol�tico, � dif�cil compreender como esse volume de recursos n�o atendeu pessoalmente o presidente da C�mara. Uma coisa � a defesa do ponto de vista jur�dico. Do ponto de vista pol�tico, � algo que vai ficando cada vez mais dif�cil de se explicar", afirmou.
Ele indicou que os dois tucanos que integram o Conselho, Betinho Gomes (PE) e Nelson Marchezan J�nior (RS), devem votar pela puni��o do peemedebista, uma vez que j� declararam publicamente que consideram os fatos denunciados graves. A puni��o mais grave que o Conselho pode aplicar a um deputado � a aprova��o de um pedido de cassa��o de mandato, o que precisa ser proposto pelo relator.
Questionado sobre as manifesta��es dos colegas que conclu�ram que seu defesa pr�via n�o convenceu, Cunha desconversou. "N�o estou discutindo se ganhei ou perdi, se convenci ou se deixei de convencer. Estou fazendo o meu papel. Se minha defesa conquista ou n�o conquista, isso faz parte do processo."
Defesa
O presidente da C�mara disse que cada um pode ter sua opini�o sobre sua perman�ncia no cargo e declarou n�o estar preocupado com as press�es. "N�o estou preocupado com clima de chuva ou sol. Vou continuar presidindo a Casa.".
Ele afirmou que � poss�vel que seus advogados apresentem antecipadamente sua defesa no Conselho de �tica, mas n�o decidiu ainda se ir� pessoalmente ao colegiado. "N�o me preocupo com nada, me preocupo em fazer uma boa defesa para que todos possam ter a convic��o de que eu falei a verdade", disse. O deputado voltou a dizer que n�o faltou com a verdade na CPI da Petrobras. "Eu tenho a convic��o de que o que falei vai ser comprovado".
