Em depoimento, Fernando Baiano cita 'doa��o' a Valdir Raupp

S�o Paulo, 12 - Em seu primeiro depoimento ao juiz S�rgio Moro ap�s fechar o acordo de dela��o premiada com a Procuradoria-Geral, o lobista Fernando Antonio Soares, o Fernando Baiano, afirmou que pediu "doa��o" para o atual presidente do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), e ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. O repasse teria sido operado pelo doleiro Alberto Youssef em forma de doa��o oficial.

Apesar disso, ele negou ser "operador de propinas do PMDB", como diz a for�a-tarefa da Lava Jato. Ao ser questionado por Moro se havia alguma rela��o entre as propinas recebidas pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, para quem Baiano admitiu operar, e os repasses para partidos dentro do esquema na Petrobras, o delator disse: "Eu acredito que isso seja independente, eu sempre operei recursos do Paulo, para o Paulo".

Em seguida, o delator fez uma ressalva quanto a um "parlamentar do PMDB". "S� teve uma vez que eu pedi uma doa��o para o Paulo para um parlamentar, para o PMDB, e que o Paulo disse que iria cuidar disso", relatou.

"Eu tamb�m fiquei sabendo, posteriormente, que essa doa��o tinha sido feita e eu fiquei sabendo depois que foi feita oficialmente e quem tinha operacionalizado isso tinha sido o Youssef", afirmou Baiano, que, ent�o, foi indagado por Moro. "Que parlamentar era esse?" "Foi o senador Valdir Raupp", respondeu o depoente.

A vers�o de Fernando Baiano vai ao encontro de dela��o do pr�prio Youssef feita no ano passado, na qual ele afirmou ter operado o pagamento de R$ 500 mil para a campanha de Raupp ao Senado em 2010. O valor teria, segundo o doleiro, sa�do da cota do PP e seria decorrente de sobrepre�os em contratos da Petrobras.

Uma das linhas de acusa��o da for�a-tarefa da Lava Jato � de que o esquema de corrup��o instaurado na Petrobras abastecia n�o s� os diretores da estatal indicados por partidos, como tamb�m as pr�prias siglas e, em anos eleitorais, as campanhas dos pol�ticos que teriam lavado o dinheiro da propina por meio de doa��es oficiais.

Valdir Raupp j� � alvo de dois inqu�ritos no Supremo Tribunal Federal. Um deles investiga se houve forma��o de quadrilha para fraudar a Petrobras. O outro apura se o senador recebeu dinheiro desviado por empresas com contratos na estatal e lavou os valores.

Raupp n�o foi localizado pela reportagem. Ao Jornal Nacional, da TV Globo, a assessoria dele negou a acusa��o e disse que o dinheiro foi para o partido. As informa��es s�o do jornal

O Estado de S. Paulo.