
"N�s assistimos, nos �ltimos tempos, de maneira quase que cotidiana, a uma guerra de foice entre grupos pol�ticos que, a meu ver, deixa claro o que realmente � prioridade ao chamado estamento pol�tico do pa�s. O que interessa para boa parte desse estamento pol�tico � uma �nica coisa: dinheiro", disse, durante a 16ª Conven��o Nacional das Empresas de Servi�os Cont�beis e das Empresas de Assessoramento, Per�cias, Informa��es e Pesquisas (Conescap), realizada no Recife.
Para o ex-ministro do Supremo, apesar de contarem com a "bagatela de quase R$ 1 bilh�o, por ano, do fundo partid�rio", os partidos n�o est�o satisfeitos "com todo esse dinheiro e querem mais". "Eles querem tamb�m o dinheiro das empresas para dar continuidade a essa rela��o de promiscuidade que existe entre certos pol�ticos e certas empresas. N�o s�o todas, � claro", ressaltou Barbosa
A palestra foi proferida horas depois de, por unanimidade, o Supremo considerar inconstitucional o dispositivo aprovado recentemente pelo Congresso que permitia a oculta��o de doa��es feitas indiretamente a candidatos, por interm�dio dos partidos.
Apesar do descontentamento de parcela da sociedade e da oposi��o com o rumo das pol�ticas p�blicas conduzidas pelo Planalto, Barbosa avaliou que n�o cabe ao STF corrigir eventuais erros da classe pol�tica. "O Judici�rio n�o � rem�dio contra as escolhas pol�ticas ruins feitas por n�s, cidad�os, ou pelos nossos representantes. N�o faz parte do papel do Poder Judici�rio corrigir pol�ticas p�blicas nas quais n�o concordamos, ainda que elas sejam ruins", disse.
Barbosa tamb�m condenou a aprova��o do projeto de repatria��o dos recursos mantidos por brasileiros no exterior, aprovado na quarta-feira, 11, pela C�mara, com apoio do governo federal. A iniciativa � parte do pacote fiscal apresentado pelo Planalto.
Para o ex-presidente do STF, boa parte dos recursos � de "origem duvidosa e preocupante", e o que chama a aten��o � a amplitude de interesses pela aprova��o da mat�ria. "N�o deixa d�vida que essa medida � apoiada pelo governo de maneira irrespons�vel e sem medir as consequ�ncias", criticou.