S�o Paulo, 19 - O Minist�rio P�blico Federal afirma, em relat�rio anexado aos autos da Opera��o Lava Jato, que o doleiro Nelson Martins Ribeiro 'lavou dinheiro em favor do Grupo Odebrecht e de funcion�rios corrompidos da Petrobr�s' como o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa. Nelson Martins Ribeiro foi preso na segunda-feira, 16, na Opera��o Corros�o, 20� fase da Lava Jato.
O documento da Procuradoria da Rep�blica cita tamb�m o doleiro Bernardo Freiburghaus, apontado pelos investigadores como operador de propinas da Odebrecht. "Nelson Martins Ribeiro, por interm�dio de sua casa de c�mbio N e A Viagens Turismo e C�mbio LTDA., � um operador financeiro que, juntamente com Bernardo Freiburghaus, desenvolveu diversos atos de lavagem transnacional de ativos em favor do Grupo Odebrecht por interm�dio da realiza��o de transa��es financeiras il�citas no exterior a partir de contas sediadas nas Ilhas Cayman em nome das offshores Crown International LTD, Enterprise Tech Industries Inc. e Apple Capital Corp", sustenta a Procuradoria da Rep�blica.
A investiga��o do Minist�rio P�blico Federal partiu de documentos das contas banc�rias de Paulo Roberto Costa, mantidas na Su��a. Segundo os procuradores, as offshores Quinus Services SA e Sygnus Assets SA, controladas pelo ex-diretor, um dos delatores do esquema de corrup��o na Petrobr�s, recebiam �altos repasses�.
As transfer�ncia eram oriundas de contas mantidas em institui��es banc�rias das Ilhas Cayman em nome das empresas Crown International LTD, Enterprise Tech Industries e Apple Capital Corp. Os investigadores afirmam que estas tr�s empresas depositaram US$ 5,6 milh�es nas contas de Paulo Roberto Costa, entre 2009 e 2012. Os repasses 's�o representativos de recebimentos de propinas' para a Procuradoria. A Sygnus recebeu US$ 4.479.024 milh�es e a Quinus, US$ 1.184.801.
Al�m dos dep�sitos feitos a Paulo Roberto Costa, os procuradores sustentam que entre 22 de agosto de 2008 e 26 de outubro de 2012 as contas de Nelson Martins Ribeiro �receberam recursos� das offshores Klienfeld Services LTD., Innovation Research, Trident Inter Trading e Constructora International Del Sur que, por sua vez, �receberam valores das empresas do Grupo Odebrecht�.
"Em diversos casos � poss�vel verificar nas contas objeto da coopera��o (internacional - Crown International, Enterprise Tech Industries e Apple) aportes oriundos de contas nas quais as empresas do Grupo Odebrecht depositavam, aos quais se sucediam, poucos dias depois, dep�sitos em favor de Paulo Roberto Costa nas contas Quinus Services SA e Sygnus Assets SA", aponta o documento subscrito por 11 procuradores da for�a-tarefa da Lava Jato.
O relat�rio do Minist�rio P�blico Federal aponta tamb�m que Nelson Martins Ribeiro manteve �diversas conversa��es� entre 2013 e 2014 com o doleiro Bernardo Freiburghaus, apontado pelos investigadores como operador financeiro da Odebrecht. Segundo a Procuradoria da Rep�blica, o n�mero telef�nico de Nelson Martins Ribeiro �efetuou e recebeu mais de 30 chamadas dos terminais pertencentes� a Bernardo Freiburghaus.
Um dos delatores do esquema de corrup��o instalado na Petrobr�s entre 2004 e 2014, Paulo Roberto Costa admitiu ter recebido propinas. O Minist�rio P�blico Federal recebeu da Su��a extratos banc�rios de contas em que o ex-diretor mantinha, diretamente ou por meio de parentes, aproximadamente US$ 26 milh�es. "Todo o dinheiro de Paulo Roberto Costa na Su��a, como ele confessou, era produto e proveito dos crimes de corrup��o, organiza��o criminosa e lavagem de dinheiro", destaca a Procuradoria.
A reportagem procurou o advogado Leandro Bezerra Aguiar Ferreira, que defende Nelson Martins Ribeiro, por telefone e mensagem de texto, mas ele n�o retornou ao contato.
O Bernardo � agente aut�nomo de investimentos, s�cio de uma empresa, Diagonal Investimentos, distribuidora de fundos, administrados por v�rias institui��es financeiras. Ele jamais atuou como intermediador e operador de propinas, t�o pouco tem poderes para abrir contas no exterior ou aceitar dep�sitos ou fazer transfer�ncias. Tanto � assim que, o material enviado por autoridades su��as sequer menciona o nome do Bernardo nas contas das muitas empresas offshores investigadas.
"A Odebrecht refuta as imputa��es feitas pelo Minist�rio P�blico Federal. A empresa n�o tem relacionamento com a pessoa citada, tampouco � detentora das contas em quest�o."