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Estado de Minas

Aliados devem pedir hoje vista ao processo de cassa��o do mandato de Cunha

Enquanto petistas tentam aval do Planalto para derrubar o presidente da C�mara dos Deputados


postado em 24/11/2015 06:00 / atualizado em 24/11/2015 07:46

"Todos eles, juntos, n�o t�m n�mero suficiente para impedir a Casa de funcionar. N�o ficar� paralisada" Eduardo Cunha, presidente da C�mara dos Deputados (foto: Wilson Dias/ Agencia Brasil )
Bras�lia - O Planalto pode at� liberar os deputados do PT a atuar de maneira incisiva contra o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que enfrenta um processo de cassa��o no Conselho de �tica da C�mara, mas, para isso, eles ter�o de garantir os votos e ainda convencer os demais integrantes da base aliada a aprovarem as medidas econ�micas que ainda est�o em tramita��o no Congresso e que s�o consideradas vitais pelo governo para que o pa�s vire a p�gina do ajuste fiscal. “� um jogo de xadrez complicado”, avalia um interlocutor importante do governo. O governo quer a ajuda do PT para aprovar o or�amento, a repatria��o, a Desvincula��o das Receitas da Uni�o (DRU) e a mudan�a da meta fiscal. Mas n�o quer criar “clima de guerra” para dar motivos de retalia��o a Cunha, informou. A primeira etapa do acordo j� est� praticamente fechada. Os tr�s petistas do Conselho de �tica devem votar a favor do relat�rio do deputado Fausto Pinato (PRB-SP), que pede a continuidade do processo contra Cunha.

Integrantes da tend�ncia petista jantaram ontem com o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, para discutir a posi��o da bancada. Mas, antes disso, j� tinham recebido sinais do governo de que poderiam at� ter liberdade no Conselho de �tica, mas precisar�o garantir — no PT e entre os aliados — os votos necess�rios para a aprova��o das medidas econ�micas consideradas impopulares pelo partido. Se at� o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, j� fala em p�s-ajuste, o PT n�o pode ficar preso nesse enredo eterno. “Temos que fechar 2015, esse � o desafio”, resumiu um aliado do Planalto. Ciente do trunfo que o mant�m protegido de eventuais ataques do Planalto e do PT, Cunha disse que “pretende” analisar todos os pedidos de impeachment contra Dilma at� o fim do ano. Ainda restam sete. E comparou a sua situa��o delicada � da presidente. “N�o vou tirar a legitimidade da minha elei��o por qualquer questionamento, como voc� n�o pode tirar a legitimidade da elei��o de Dilma por qualquer questionamento”, disse Cunha. Para o deputado, as vota��es dever�o acontecer normalmente apesar de a oposi��o amea�ar obstruir o plen�rio se ele n�o for afastado do comando da Casa.

O deputado Paulo Teixeira afirma que a briga tem que ser feita no Conselho de �tica, no plen�rio e na Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) apenas. “O parlamento vai resolver essa quest�o, e n�o permitir� qualquer obstru��o”, disse. “Eu sou pela solu��o no Congresso.” Os inimigos mais radicais pedem um PT mais agressivo.

Na manh� de hoje, Rede, PSOL e PPS devem pedir � Procuradoria-Geral da Rep�blica uma representa��o no Supremo Tribunal Federal a favor da sa�da de Cunha porque ele, no entendimento dos opositores, atrapalha as investiga��es no Conselho de �tica. � tarde, o colegiado se re�ne para votar o parecer de Pinato. Os aliados de Cunha pedir�o vista para tentar esticar o processo at� semana que vem, segundo Paulinho da For�a (SD-SP). Ele desdenhou da iniciativa dos inimigos do presidente da C�mara de recorrer ao Judici�rio. “Se os seus pares n�o querem cassar (Cunha), vem um ministro do Supremo para cassar?”, ironizou. “� a mesma coisa que n�s aqui quereremos votar o afastamento de um ministro do STF.” Ontem, Cunha voltou a negar ter feito manobras para impedir a sess�o do Conselho de �tica da semana passada. Ele afirmou que os hor�rios das sess�es do plen�rio — que impediram as vota��es no colegiado que o investiga — tinham sido acertados na v�spera com os colegas.

Cunha � acusado de mentir ao esconder contas na Su��a por onde foram movimentados R$ 33 milh�es. Os investigadores da Opera��o Lava-Jato suspeitam que o dinheiro inclua propinas recebidas de esquemas de desvios da Petrobras, motivo pelo qual o deputado, alvo de dois inqu�ritos, j� foi denunciado por corrup��o e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal (STF).

FHC DEFENDE SA�DA DO PEEMEDEBISTA

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu ontem a ren�ncia de Cunha. “Se ele tivesse um pouco mais de vis�o de Brasil, renunciaria ao cargo”, mas “n�o tendo, vai ter que ser renunciado”. FHC disse que Cunha “n�o tem mais condi��es morais nem pol�ticas” de continuar � frente da C�mara. O ex-presidente participou de um semin�rio promovido pelo Instituto Teot�nio Vilela, funda��o do PSDB, sobre meio ambiente e sustentabilidade. O senador A�cio Neves, presidente nacional do PSDB, tamb�m esteve no encontro e afirmou que o partido “j� externou” sua posi��o no Conselho de �tica e no plen�rio da C�mara. A�cio voltou a defender o afastamento de Cunha. “A palavra do PSDB desde l� tr�s foi muito clara: o presidente n�o tem mais condi��es de conduzir a C�mara dos Deputados. O instrumento [para afast�-lo], se ser� uma a��o junto � Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR) ou obstru��o das vota��es, nossas lideran�as na C�mara est�o discutindo com os partidos aliados.”

Partido aliado do PSDB, o PPS j� afirmou que vai ingressar com mandado de seguran�a no Supremo Tribunal Federal pedindo o afastamento de Cunha da Presid�ncia da C�mara. Os tucanos romperam com Cunha no in�cio deste m�s, por considerarem insatisfat�rias as explica��es do peemedebista cobre contas que ele manteve na Su��a, suspeitas de serem irrigadas com recursos desviados da Petrobras, conforme investiga��o do Minist�rio P�blico Federal. Na quinta-feira passada, pela primeira vez desde que assumiu o comando da C�mara, Cunha teve sua atua��o questionada em plen�rio de forma mais dura, com cr�ticas nos microfones e uma debandada de cerca de 100 deputados.

Cunha disse que n�o teme obstru��o da oposi��o em vota��es no plen�rio enquanto ele estiver na presid�ncia. “Todos eles juntos n�o t�m n�meros suficientes para impedir a C�mara de funcionar”, disse.


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