O juiz federal S�rgio Moro intimou a Pol�cia Federal para que ou�a o pecuarista Jos� Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula preso na ter�a-feira alvo central da Opera��o Passe Livre (21ª fase da Lava-Jato), “diante do desejo manifestado pelo investigado de que seja ele inquirido sobre o objeto da investiga��o”.
Bumlai � suspeito em uma opera��o de financiamento do PT, em 2004, pelo Banco Schahin, por meio de um empr�stimo nunca quitado no valor de R$ 12 milh�es. Como compensa��o, o Grupo Schahin - novo alvo da Lava-Jato - teve um contrato ligado ao navio-sonda Vit�ria 10.000 pelo valor de R$ 1,3 bilh�o dirigido para ele, mediante pagamento de propinas.
“Intime-se, com urg�ncia, a autoridade policial desta decis�o e para que promova a inquiri��o dele, acompanhado de seu advogado, nos pr�ximos dias, preferivelmente no dia 27 ou no dia 30 de novembro, sem preju�zo de nova oitiva na fase de investiga��o caso repute necess�ria em vista do exame do material apreendido”, despachou Moro.
O criminalista Arnaldo Malheiros, que defende Bumlai, requereu ao juiz da Lava-Jato a realiza��o de audi�ncia de cust�dia, em que o ju�zo ouve o preso sobre aquilo que ele � investigado. “Verifico que, pelo teor da peti��o da defesa, pretenderia o investigado esclarecer os fatos sob investiga��o (“garantir o direito de contradizer as graves acusa��es que lhe foram dirigidas”).”
Segundo o juiz, “em qualquer caso, na fase investigat�ria, a tarefa de colher o depoimento do investigado � da autoridade policial”. “N�o seria apropriado a este Ju�zo, que n�o � autoridade de investiga��o, ouvi-lo diretamente sobre os fatos em investiga��o, j� que haveria certa deturpa��o das fun��es do Ju�zo na fase de investiga��o.”
Por isso, Moro determinou que a PF fa�a a oitiva de Bumlai at� segunda-feira. “Penso que � mais apropriado que o investigado, querendo falar sobre o objeto da investiga��o, seja inquirido pela autoridade policial diretamente e n�o por este julgador, pelo menos isso enquanto se trata da fase ainda de investiga��o”, conclui Moro.