(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dela��o p�e o est�dio Man� Garrincha no olho da opera��o Lava-Jato

Andrade Gutierrez, que j� foi a "n�mero dois" do pa�s, acerta pagar multa como parte do acordo de leni�ncia. Executivos passam o dia na PF tratando dos temas da dela��o premiada


postado em 28/11/2015 09:07 / atualizado em 28/11/2015 09:36

Reforma do estádio foi uma das obras tocadas pela Andrade Gutierrez para a Copa de 2014(foto: Elza Fiúza/Agência Brasil)
Reforma do est�dio foi uma das obras tocadas pela Andrade Gutierrez para a Copa de 2014 (foto: Elza Fi�za/Ag�ncia Brasil)
A construtora Andrade Gutierrez — que deixou o posto de segunda maior empreiteira do pa�s em meio � Opera��o Lava-Jato e perdeu 19% de seu faturamento — iniciou as tratativas para um acordo de leni�ncia para admitir crimes de corrup��o em contratos em obras da Petrobras e outros �rg�os p�blicos. O Correio apurou que a empresa acertou pagar aproximadamente R$ 1 bilh�o, valor equivalente �s perdas que teve no �ltimo balan�o. O trato proteger� n�o s� a empresa, mas os executivos de crimes revelados.

O acordo � feito em conjunto com a Procuradoria-Geral da Rep�blica (PGR), por envolver pol�ticos com foro privilegiado, como ministros, deputados e senadores, com a Procuradoria da Rep�blica no Paran� e o Conselho Administrativo de Defesa Econ�mica (Cade). Em troca, a Andrade Gutierrez pretende sobreviver ao n�o ser proibida de fechar contratos com a administra��o p�blica caso seja considerada inid�nea, julgamento que j� asfixiou financeiramente outras concorrentes no passado, como a Delta Constru��es.

A Andrade Gutierrez fez obras sozinha ou em parceria, por exemplo, da reforma do est�dio do Maracan�, no Rio de Janeiro; do Man� Garrincha, em Bras�lia; do Beira-Rio, em Porto Alegre, e na constru��o da Arena Amazonas, em Manaus. Todos foram utilizados na Copa do Mundo do ano passado. J� na Petrobras, a empresa tocou obras como do Complexo Petroqu�mico do Rio de Janeiro (Comperj). A construtora � acusada pelo Minist�rio P�blico de fazer parte do cartel de empreiteiras, como a Odebrecht e a Camargo Corr�a, que combinava licita��es na Petrobras e superfaturava os pre�os. Os valores excedentes, de cerca de 1% a 3%, eram repassados para funcion�rios da estatal, pol�ticos, partidos e operadores do mercado financeiro irregular, como doleiros. O presidente da empresa, Ot�vio Azevedo, e os executivos Elton Negr�o e Fl�vio Barra est�o presos e s�o acusados de pagarem propinas no esquema.

Ontem, o trio saiu do Complexo M�dico Penal de Pinhais (PR), na regi�o metropolitana de Curitiba, e foi levado para a Superintend�ncia da Pol�cia Federal no Paran�. L�, reuniram-se com advogados e investigadores. Um dos objetivos era delinear quais temas ser�o tratados em cada anexo da dela��o premiada que eles far�o para complementar o acordo de leni�ncia da empresa. A defini��o dos temas e a assinatura do acordo com eles deve demorar alguns dias.

Al�m da Petrobras, a Andrade Gutierrez dever� confessar crimes sobre desvios em obras na usina de Angra 3, controlada pela Eletronuclear. O executivo Fl�vio Barra foi acusado pelos delatores da Camargo Corr�a e da UTC Engenharia. De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, o acordo inclui informa��es sobre irregularidades em obras na Copa do Mundo de 2014, na ferrovia Norte-Sul, e na usina de Belo Monte, que ainda est� em constru��o, no Par�. Dois senadores devem ser citados, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.

Diverg�ncia
A assessoria de imprensa da empresa n�o comentou o assunto ontem. A reportagem apurou que a decis�o de fechar um acordo de colabora��o causou diverg�ncia entre a banca de advogados. Alguns n�o concordam com o m�todo de defesa e j� estudam deixar o caso.

A Andrade Gutierrez, que j� foi a segunda maior empreiteira do pa�s, atr�s apenas da Construtora Norberto Odebrecht, vive um decl�nio desde a deflagra��o da Opera��o Lava-Jato, assim como outras empresas do setor envolvidas no caso. O faturamento da empreiteira caiu de R$ 5,32 bilh�es para R$ 4,3 bilh�es entre 2013 e o ano passado. Ou seja uma perda de R$ 1 bilh�o, ou 19%, praticamente o total de multas que pagar� como parte do acordo de leni�ncia.

Al�m da Andrade, a Camargo Corr�a e a Setal Engenharia j� fecharam pactos com o Cade e o Minist�rio P�blico para poderem continuar vivas no mercado. A Camargo e seus executivos se comprometeram a pagar R$ 800 milh�es para entregar informa��es sobre fraudes na Petrobras e em Angra 3. H� ainda a expectativa de que ele revelem casos de corrup��o em Belo Monte.

Ao todo, 27 empresas s�o acusadas de participarem do cartel, de acordo com a Pol�cia Federal. Um laudo da corpora��o aponta que os preju�zos causados apenas � Petrobras variaram R$ 6,4 bilh�es a at� R$ 42,8 bilh�es apenas com corrup��o, superfaturamento e “lucros excessivos”.

Em 24 de julho, o Minist�rio P�blico no Paran� denunciou os executivos da Andrade Gutierrez por corrup��o ativa e organiza��o criminosa. Eles s�o acusados de pagarem propina por meio de operadores como o doleiro Alberto Youssef e os lobistas Fernando “Baiano” Soares e M�rio G�es. Os destinat�rios do dinheiro eram os ex-dirigentes da Petrobras Paulo Roberto Costa, Renato Duque e Pedro Barusco.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)