Conduta de todos servidores mencionados na Zelotes ser� avaliada, diz MPF

Bras�lia, 30 - O procurador regional da Rep�blica Jos� Alfredo de Paula e Silva afirmou nesta segunda-feira, 30, que, apesar de n�o existir "nenhuma men��o" ao ex-ministro da Fazenda Guido Mantega no epis�dio que apura a suposta compra da medida provis�ria MP 471/2009, a conduta de todos servidores mencionados nas investiga��es ser� avaliada. "Todos ser�o checados porque quer queira, quer n�o, tudo nasceu no Minist�rio da Fazenda", disse. "Mas n�o h� nenhuma men��o ao ex-ministro Mantega neste epis�dio", disse.

Nesta segunda-feira, o MPF informou que denunciou � Justi�a 16 pessoas por suposto envolvimento em negocia��o il�cita para a aprova��o da MP 471, ao menos sete envolvidos j� est�o presos. Segundo o procurador, foi detectado que a organiza��o criminosa atuava em todas as frentes de negocia��o.

A Pol�cia Federal e o Minist�rio P�blico Federal (MPF) investigam a suposta compra da medida provis�ria no governo do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva, revelada pelo jornal O Estado de S. Paulo. A a��o, assinada pelos procuradores da Rep�blica Frederico de Carvalho Paiva, Marcelo Ribeiro e pelos procuradores regionais da Rep�blica Jos� Alfredo de Paula Silva e Raquel Branquinho, faz parte da Opera��o Zelotes, que apura irregularidades cometidas entre 2005 e 2014 e que, de acordo com as estimativas iniciais, causaram preju�zos bilion�rios aos cofres p�blicos.

Segundo o procurador Silva, um dos focos dos inqu�ritos abertos � apurar o envolvimento de todos os servidores citados. Silva distinguiu a situa��o de Mantega da do ex-ministro Gilberto Carvalho e disse que neste �ltimo caso h� anota��es que apontam para seu envolvimento no esquema. "A organiza��o criminosa existe, ela atuou, mas � poss�vel que nomes de servidores p�blicos tamb�m tenham sido usados", disse.

Carvalho era chefe de gabinete de Lula quando uma das normas sob investiga��o, a MP 471/2009, foi editada. A Pol�cia Federal sustenta que o ex-ministro atuou em "conluio" com os investigados para favorecer as fabricantes de ve�culos.

O procurador disse ainda que j� est� comprovado que a organiza��o criminosa tinha infiltra��o no governo, mas que � preciso cautela antes de acusar Carvalho. "A organiza��o criminosa tinha infiltra��o (no governo) tanto que obteve o teor da MP antes da publica��o, mas muitas vezes ela pode ter usado nomes de servidores p�blicos de forma indevida", refor�ou. "Vai ser apurado, mas n�o podemos de forma alguma afirmar que ex-ministro est� envolvido no fato."

Ponta do iceberg

Os procuradores destacaram que as investiga��es mostram que a atua��o il�cita no Carf j� vinha acontecendo h� pelo menos dez anos e que n�o se trata de uma quadrilha �nica. "A Opera��o Zelotes deve persistir at� o ano que vem e novas denuncias devem surgir", disse Paiva.

Ele destacou que a primeira rodada de quebra de sigilos dos investigados revelou a grandiosidade do esquema e que n�o � poss�vel saber onde as investiga��es ir�o chegar. Para Silva, o inqu�rito j� anunciado � apenas "a ponta do iceberg" do esquema de corrup��o. Segundo o procurador regional, a Zelotes � "o caos". "N�o � f�cil investigar".