Bras�lia, 02 - Apesar de estar na mira de uma sindic�ncia interna e de ser citado nas investiga��es da Opera��o Lava Jato, o presidente do Tribunal de Contas da Uni�o (TCU), Aroldo Cedraz, foi reeleito por unanimidade nesta quarta-feira, 2, ap�s vota��o dos nove ministros titulares. O vice-presidente Raimundo Carreiro - suspeito de envolvimento em irregularidades relacionadas � autoriza��o da obra bilion�ria de Angra 3, da qual foi relator - tamb�m teve o mandato renovado por mais um ano.
O an�ncio, revelado com mais de duas horas e meia de atraso, frustrou o Minist�rio P�blico e auditores do TCU, que fizeram forte campanha nas redes sociais para que outro ministro assumisse o cargo, frente �s den�ncias que desgastam a corte. Dezenas de servidores presentes � sess�o viraram as costas para o plen�rio, em protesto. �s 17h, eles ainda estavam reunidos para debater a elei��o, uma situa��o considerada at�pica para os padr�es do Tribunal.
"Tive o privil�gio de contar, durante esse per�odo dif�cil que atravessa a Na��o brasileira, com o apoio dos colegas ministros e servidores desta Casa. Quero agradecer, do fundo do cora��o, a confian�a. O TCU atravessou as dificuldades sem sair dos trilhos, respeitando valores �ticos e morais", disse Cedraz, antes do resultado (os votos foram depositados pelos ministros em uma urna, em ordem de antiguidade no cargo).
Ele afirmou, ainda, que os "temas que preocupam" o TCU foram "exaustivamente discutidos e dissecados" durante a tarde, que "os epis�dios que est�o rondando a institui��o n�o nos atingir�o" e que o �rg�o "est� imune a qualquer a��o delet�ria a sua atividade".
A sindic�ncia interna apura um poss�vel tr�fico de influ�ncia envolvendo o filho do presidente, o advogado Tiago Cedraz, cujo escrit�rio j� atuou em v�rios processos no Tribunal. Tiago passou a ser investigado na Opera��o Lava Jato ap�s o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, afirmar em dela��o premiada ter pago R$ 1 milh�o para que a empreiteira fosse favorecida. Ele tamb�m � acusado de ter recebido "sal�rios" de R$ 50 mil para fornecer a Pessoa informa��es sigilosas do Tribunal.
A investiga��o est� no Supremo Tribunal Federal, pois h� uma suspeita de que esse dinheiro tenha sido usado para pagar Carreiro, relator do processo. Em 2012, seguindo seu voto e contrariando a �rea t�cnica, a corte liberou a concorr�ncia. Ano passado, a UTC - apontada como chefe do clube de empreiteiras que fraudava neg�cios com a Petrobras - assinou contrato para dar in�cio �s obras na usina.