
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que o presidente da C�mara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), perdeu a legitimidade para se sentar na cadeira da Casa que o julga e que o grande derrotado no epis�dio que culminou na abertura do processo de impeachment ser� o peemedebista. "Ele perdeu no campo e continua insistindo para ver se ganha no tapet�o", disse. "Na verdade, o grande derrotado desse processo � o presidente da Casa que vai ter que enfrentar, sem amea�as, o processo no Conselho de �tica", disse.
O ministro destacou que o pr�prio presidente do Conselho de �tica, Jos� Carlos Ara�jo (PSD-BA), se manifestou dizendo que havia uma tentativa de obstru��o do julgamento por parte de Cunha. "Realmente � complicado, porque ele tem o poder da caneta, de fazer a ordem do dia, realmente pressionou muito. Ent�o creio que ele perdeu a legitimidade de estar sentado na presid�ncia da Casa que est� julgando."
Wagner disse ainda que a posicionamento de Cunha de ser "bunker da oposi��o" n�o � compat�vel com a cadeira da presid�ncia da C�mara. "Ele n�o pode ser nem governo absolutamente, nem ser o bunker da oposi��o. Mas durante muito tempo ele foi o bunker da oposi��o. Ent�o acho que ele perdeu a posi��o de magistrado, mas essa foi uma decis�o dele", disse, complementando que, de uma certa forma, "ele at� era oposi��o ao vice Michel Temer, por ser oposi��o ao governo da presidente Dilma".
O ministro destacou que as chantagens de Cunha para tentar se livrar de um processo de cassa��o no Conselho de �tica eram p�blicas e prejudicavam o Pa�s. "Eu n�o sou obrigado a ser verdadeiro com algu�m que usa o pr�prio poder para paralisar o Pa�s e paralisar a vida do Congresso Nacional, tanto que imediatamente depois ele j� disse que vai prorrogar as CPIs. Sempre � a ferramenta da amea�a."
Segundo Wagner, o peemedebista, depois de esgotar conversas com a oposi��o, tentou, sem sucesso, obter apoio do governo. "Quando ficou feio para a oposi��o estar se abra�ando (a Cunha) nessas situa��es, ele vem tentar conosco e tamb�m n�o levou."
O ministro destacou que o governo n�o vai querer brigar com Cunha. "Nossa briga n�o � com Eduardo Cunha. O presidente tem uma briga com o Conselho de �tica", disse, ressaltando que essa � uma quest�o interna da C�mara.
Para Wagner, o rompimento definitivo do governo com Cunha coloca fim � chantagem. "Acho �timo. Sai-se da coxia e vem-se para palco. Acaba chantagem", disse.
Confian�a
O ministro disse ainda estar confiante de que o processo de impeachment n�o culminar� no afastamento da presidente e afirmou que a estrat�gia do governo para barrar o andamento do processo � "mostrar a realidade dos fatos e desmontar a tese do impeachment sem causa".
Segundo Wagner, o fato de o governo n�o atingir a meta fiscal n�o pode caracterizar crime de responsabilidade. "Hoje temos v�rios governadores que por dificuldade e n�o por dolo, n�o por crime, n�o est�o conseguindo honrar compromisso salarial. Isso seria motivo para fazer impeachment de governador?" questionou.
